sexta-feira, 8 de junho de 2012
A Nova Onda (Nouvelle vague), movimento contestatário dos anos 60, lançado pelos novos cineastas franceses.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Introdução
A Nouvelle vague (Nova onda) foi um movimento artístico do cinema francês que se insere no movimento contestatário próprio dos anos 60. No entanto, a expressão foi lançada por Françoise Giroud, em 1958, na revista L’Express ao fazer referência a novos cineastas franceses. Sem grande apoio financeiro, os primeiros filmes conotados com esta expressão eram caracterizados pela juventude dos seus autores, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceitas para o cinema mais comercial. A Nouvelle Vague, que não era considerada uma escola por seus idealizadores, fazia a construção cinematográfica tendo consciência do cinema enquanto aparato. A sátira sobre a própria linguagem cinematográfica (onde se firmam os clichês visuais) é percebida em filmes que se caracterizam como adeptos da Nouvelle Vague. As cenas focam o psicológico dos personagens, suas impressões cotidianas e banais. O sujeito sobrepõe à lógica das cenas.
Histórico
Com a decadência, logo após a Segunda Guerra Mundial, do realismo poético francês, escola cinematográfica em que o roteirista ganha muito destaque em detrimento do papel do diretor, alguns jovens cinéfilos e críticos de cinema se reuniram para restabelecer o conceito de cinema de autor que vigorou na França até o início da década de 1930. O marco inaugural deste movimento é considerado o filme Nas Garras do Vício (Le Beau Serge), do diretor Claude Chabrol. Logo em seguida, surgiram filmes que se tornaram clássicos como O Acossado (A Bout de Souffle, 1959) e Alphaville (1965), de Jean-Luc Godard, e também Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959) e Jules et Jim (1962) de François Truffaut.
Os cineastas mais relevantes desse movimento são Jean-Luc Godard, François Truffaut, Alain Resnais, Jacques Rivette, Claude Chabrol e Eric Rohmer, sendo que grande parte trabalhava com crítica de cinema na revista Cahiers Du Cinéma.
São muitos os autores que a partir desse momento são "rotulados" com a “nouvelle vague”, apesar de muitos, depois, terem seguido caminhos mais académicos, como Roger Vadim que rapidamente passou de "autor de cinema" para diretor de filmes mais comerciais, ao revés das normas estabelecidas pelo estilo. Do mesmo é acusado Claude Chabrol (autor de obras importantes da vaga, como "Um Vinho Difícil" ou "Entre Primos")...
As características mais marcantes deste estilo são a intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido, através do amoralismo, próprio desta geração, presente nos diálogos e numa montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativa. Os autores desta nova forma de filmar detestavam muitos dos grandes sucessos caseiros do cinema francês, ao mesmo tempo elevaram à divindade os mestres do filme noir americano, Jean Renoir, Robert Bresson, Jacques Tati e Jean Vigo.
Este estilo influenciou toda a cinematografia mundial. Mesmo nos Estados Unidos da América, os realizadores da "Nova Hollywood", como Robert Altman, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, Martin Scorsese, George Lucas renderam homenagem à vaga que começou a frutificar com o "Bonnie and Clyde" de Arthur Penn, prolongando-se esta influência do final dos anos sessenta até aos anos setenta. Muitos dos cineastas, que iniciaram este novo estilo, reuniam-se em cineclubes para discutir as obras americanas e assim terem base para a forma antagônica que iriam aplicar em seus trabalhos. Os cineastas da Nouvelle Vague eram conhecidos como os novos turcos, geraram também a ruptura com o cinema totalmente de estúdio, que era o que imperava na França da década de 40. Incorporaram estilos e posturas da Pop Art ao teatro épico, textos de Balzac, Manet e Marx. Havia em seus, um questionamento novo, um erotismo pungente e até um romantismo tragicômico.
Mais do que uma mera etapa na história do cinema, mais do que um movimento artístico ou social, a Nouvelle Vague foi um período decisivo na definição do cinema como forma de arte. Foi à época onde, pela primeira vez, o enfoque estava colocado não nas estrelas, não nos estúdios, mas sim nos autores. Nos realizadores tantas vezes também argumentistas, que são os verdadeiros criadores da obra a que alguém um dia chamou de filme. Enfim, pela primeira vez na história, o cinema foi feito por cinéfilos! Só por isso, já valeu a pena haver Nouvelle Vague.
Trailer de Nas Garras do Vício (Le Beau Serge), filme considerado o marco inaugural da Nouvelle Vague.
Fonte: www.youtube.com
Fonte: http://hollywood.weblog.com.pt e Wikipédia, a enciclopédia livre.
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