domingo, 13 de julho de 2014
Crítica: O Grande Hotel Budapeste, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
O universo de Wes Anderson é um lugar particular que não se encontra em nosso mundo, ou de certa forma ele usa o cinema para expressar a forma em que ele enxerga esse universo que nós vivemos. Curiosamente percebemos que não é um mundo pessimista ou sombrio no qual ele enxerga, mas sim esperançoso e por muitas vezes a beira do cartunesco. Foi assim em seu ultimo filme Moonrise Kingdom e O Grande Hotel Budapeste não é diferente, mas com doses cavalares e cheias de energia.
Em uma historia dentro da historia, acompanhamos a inusitada amizade dos dois protagonistas da trama: M. Gustave (Ralph Fiennes), concierge do hotel, e Zero (Tony Revolori), um jovem empregado do local. Embora um seja o superior do outro, a amizade surge graças ao fato de Gustave ter começado da mesma forma que Zero e tendo plena consciência que seu jovem amigo conseguirá sim chegar aonde ele chegou e o tratando então com respeito. A trama começa pra valer, no momento que Gustave recebe uma herança de uma senhora rica recém-falecida, o que incomoda muito os familiares desta, que farão de tudo para que ele não fique com o objeto que lhe foi concedido.
Falar muito seria como estragar a surpresa de inúmeros momentos chaves da trama, que tornam a sessão prazerosa e faz com que até mesmo o cinéfilo leigo perante o universo particular de Wes Anderson se adentre a ele sem pestanejar. O filme possui um elenco, cujo a maioria já passaram na filmografia do diretor. Adrien Brody, Willem Dafoe, Mathieu Amalric, Jude Law, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Harvey Keitel, Jeff Goldblum, Tilda Swinton, Owen Wilson, Tom Wilkinson, Edward Norton e Léa Seydoux surgem em papéis diferentes de tudo que cada um já havia atuado na carreira. Somente Dafoe surge como um vilão que passa a sensação que ele já havia atuado em algo parecido antes em sua filmografia, mas basta ele estar nas mãos do cineasta e na sua forma de filmar, que qualquer comparação se torna mero detalhe.
Embora com esse grande recheio de astros, são mesmo Revolori e Ralph Fiennes que comandam o espetáculo. Embora beirando ao humor, o veterano ator constrói um personagem cheio de camadas e de inúmeras surpresas de sua pessoa perante o mundo que vive. Realmente é um alivio ver o ator tão bem a vontade em vez de temer que ele ficasse preso somente em franquias como Harry Potter e mais recentemente 007.
Livremente inspirada em textos de Stefan Zweig, poeta e dramaturgo austríaco que faleceu em Petrópolis/RJ na década de 40, O Grande Hotel Budapeste possui um belo casamento entre a fotografia, edição de arte e figurino, sendo que esses ingredientes nos passa um mundo de inúmeras cores quentes e que ao mesmo tempo remete uma sensação de esperança que surge perante os obstáculos que os protagonistas irão passar. A trilha sonora de Alexandre Desplat é no mínimo deliciosa e sintetiza o bom humor que a trama nos passa e ao mesmo tempo se casando muito bem com a visão particular de Anderson. Mas embora plasticamente belo, o filme jamais se perde em questão de historia e tão pouco nos apresenta personagens vazios, mas sim muito bem construídos, mesmo que alguns surjam em poucos minutos.
Embora seja mais um filme autoral de Wes Anderson, O Grande Hotel Budapeste é um filme para ser visto e revisto por todos os públicos. Divertido, emocionante e um dos mais belos visualmente do ano.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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