sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Crítica: SIN CITY: A DAMA FATAL, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Por ter se passado quase dez anos desde o último filme (Sin City: A Cidade do Pecado) é de se imaginar que a maioria do público queria algo de diferente ou até mesmo melhor nesta sequência, mas não é o que acontece. Não que isso seja ruim, pois para aqueles que adoraram o filme original, irão encontrar os mesmos ingredientes que fizeram do filme um grande sucesso. A diferença agora é que todas as cenas são moldadas num 3D elegante, mas que também não era necessariamente obrigatório.
Anunciado desde o princípio que o filme iria focar principalmente no arco a Dama Fatal, Frank Miller e Robert Rodriguez bem que poderiam ter adaptado mais outros dois arcos das HQ (no total são sete). Em vez disso, decidiram criar duas novas histórias e somente incrementar uma história curta no inicio do filme (Mais uma Noite de Sábado) que existe realmente na sua fonte original. Se por um lado as duas novas tramas possam soar por um momento como dispensáveis, por outro lado elas somente reforçam o fato de como aquele universo moldado em preto e branco é violento e inseguro de se viver.
Assistir ao filme da à sensação de que não se passou quase dez anos do filme original, pois tudo que foi visto anteriormente está lá: o estilo noir em abundância, a fidelidade 100% da HQ original, personagens violentos, mulheres fatais, nudez, sexo e muita violência em doses cavalares. Sempre quando pegava um volume de Sin City para ler, me dava à sensação que eu criava um cineminha mental ao folhar as suas paginas. Talvez Rodriguez tivesse essa mesma sensação e por isso mesmo que sempre fazia questão de transportar aquele universo de Miller para o cinema, pois todo o material para se criar uma trama para o cinema estava bem ali.
O arco A Dama Fatal que dá titulo ao filme é de longe a melhor parte. Protagonizado pelo personagem Dwight McCarthy (Josh Brolin), o protagonista se vê envolvido até o pescoço pelas artimanhas da dama fatal do titulo, interpretada por Eva Green. A beldade é sem sombra de duvida a alma do termo femme-fatale, pois ela esbanja sensualidade, suspeita e maldade tudo no mesmo corpo (sempre muito bem filmado pelos dois cineastas). Os homens desse arco por sinal, por mais que eles possam parecer fortes, se tornam meramente piões do jogo maquiavélico da personagem.
Uma pena, portanto que os dois outros arcos que se encontram espalhados ao longo da trama não consigam superar o principal, mas pelo menos não estraga o resultado final. O arco estrelado pelo jogador de poker Johnny (Joseph Gordon-Levitt) somente fortalece a imagem maquiavélica do senador Roark (Powers Boothe), se tornando o grande vilão de toda a trama e que não mede esforços para esmagar qualquer um que o desafia. Por sinal, esse é o único arco que termina de uma forma imprevisível, para não dizer tragicamente.
Já o arco estrelado por Nancy (Jessica Alba) é o que mais soa dispensável, pois sua história, que tinha como protagonista Hartigan (Bruce Willis) como seu defensor no filme anterior (no arco O Assassino Amarelo) já estava mais do que finalizado. Porém, pelo fato de Robert Rodriguez gostar (com razão) de trabalhar com Jessica Alba, preferiu então criar uma historia de vingança protagonizada por ela e auxiliado pelo seu amigo Marv (Mickey Rourke, em grande performance). Sendo um arco criado especialmente para ela, Alba que se esforça bastante para dizer que é uma boa atriz em momentos dramáticos (e até que consegue), mas a sua beleza e sensualidade a mil como sempre, falam mais alto.
Com participações especiais de Christopher Lloyd, Lady Gaga, Ray Liotta e Bruce Willis (como alma penada do personagem Hartigan) Sin City: A Dama Fatal pode não possuir o mesmo frescor de novidade que sentimos no filme anterior, mas pelo menos não inventa muito e respeita a estética visual e revolucionária que pegou o cinéfilo desprevenido em 2005.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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