sábado, 25 de outubro de 2014

Crítica: Trash – A Esperança que vem do Lixo, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Stephen Daldry impressiona pela sua sensibilidade na construção do mundo infantil e saber conduzir muito bem personagens mirins como protagonistas em seus filmes como Tão Forte e Tão Perto. Com parceria do roteirista Richard Curtis (Simplesmente Amor) ambos criam uma aventura juvenil, que embora tenha um pé com relação à dura realidade de certas favelas do país, não hesita em dosar momentos de fantasia e esperança. Baseado na obra de Andy Mulligan existe sim cenas violentas, principalmente no início do filme, mas nada que crie pesadelos para o jovem cinéfilo que for assistir e que com certeza já viu coisas mais fortes até mesmo na TV aberta.

A aventura se passa no Rio, onde vemos um garoto chamado Rafael (Rickson Tevez), que num dia qualquer de trabalho em um lixão, encontra uma carteira com uma enigmática chave. A curiosidade do jovem desperta e com ajuda do seu melhor amigo Gardo (Eduardo Luiz) e do esperto garoto chamado Rato (Gabriel Weinstein) partem para descobrir a origem da chave e ao mesmo tempo conseguir alguma coisa com isso. Não demora muito para o cinéfilo descobrir que os significados que contem essa carteira é muito maior do que se imagina.

Não tarda para a jovem trindade sofrer a perseguição de um policial corrupto (Selton Mello) que a serviço de um deputado mais corrupto ainda (Stepan Nercessian) tentam a todo custo recuperar a carteira. O que tem de tão valioso nessa chave e as motivações que levam todos atrás dela, aos poucos o filme vai revelando em flashback, cujas cenas são protagonizadas por Vagner Moura. Embora a sua participação seja pequena, ela é essencial e como aperitivo temos o prazer de vê-lo contracenar com Selton Mello, numa cena curta, mas marcante.

Curiosamente temos aqui a participação de dois ótimos talentos, mas de gerações diferentes: Martin Sheen e Rooney Mara (da versão americana de Homens que não amavam as mulheres), que interpretam um padre e uma professora que estão a serviço da favela que está localizada no lixão. Embora com todos esses talentos conhecidos, os astros aqui são realmente o elenco mirim formado Rickson Tevez, Eduardo Luiz e Gabriel Weinstein que por vezes chegam até mesmo a ofuscar os talentos adultos que se encontram em cena, graças ao fato de serem naturais e descontraídos.

Numa verdadeira aventura, que por vezes lembra até mesmo O Código Da Vinci com suas inúmeras charadas e quebra-cabeças, o filme possui um ritmo contagiante, graças a sua montagem energética e trilha sonora caprichada. Os meninos por si surpreendem nas cenas que exigem deles um grande preparo físico nas cenas mais perigosas. Selecionado em meio a milhares de candidatos, o cineasta Stephen Daldry foi feliz nas suas escolhas.

Embora com alguns momentos forçados, principalmente com algumas soluções fáceis no ato final, Trash – A Esperança que vem do Lixo pelo menos é uma boa aventura juvenil que ainda consegue ter tempo de criticar e apontar o dedo para as grandes corporações que não hesitam em ajudar políticos corruptos em épocas de eleições.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário