sábado, 14 de março de 2015

Crítica: Para Sempre Alice, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Há alguns trabalhos indicados ao Oscar de melhor atriz neste ano que são realmente impressionantes, mas é impossível não se encantar com Julianne Moore em Para Sempre Alice, filme que é carregado pela atuação da atriz em grande momento de sua carreira impecável.

Adaptado de romance do mesmo nome, Para Sempre Alice acompanha uma professora universitária de meia idade que descobre um tipo raro de Mal de Alzheimer. Ironias à parte, ela, especialista em linguística, se vê perdendo tudo aquilo que conquistou ao longo da vida: a admiração dos que vivem a sua volta, a capacidade de se comunicar, a memória sobre quem ama.

Há um tom um pouco exagerado no lado dramático na adaptação, que não esconde que faz uso do lado mais emocional. O roteiro escrito pela dupla que também assina a direção - os novatos Wash Westmoreland e Richard Glatzer - não tenta fugir das formulas que estamos tão acostumados a ver em retratos de personagens rumo a sua via-crúcis. Para Sempre Alice é como uma versão até leve de Amor, filme de Michael Haneke que venceu a estatueta de filme estrangeiro em 2012.

Mas o lado sensível da atuação de Julianne Moore, que impede o filme de se tornar um mero retrato pálido de uma personagem, cuja sua personalidade vai se deteriorando a nossa frente. Sempre segura em sua interpretação, Moore nos conecta a esta personagem cheia de personalidade, mesmo quando a trilha insiste em tentar levar os cinéfilos á encher os olhos de lágrimas.

Se por um lado há muito açúcar nesta xícara, Para Sempre Alice pelo menos tem personalidade própria. De alguma forma, o filme consegue enlaçar a trama com o cinéfilo que assiste, mesmo quando determinados coadjuvantes entram e saiam sem a gente se importar muito com eles. Alice possui filhos e marido, mas são tão presos em suas individualidades que, eles lidam de maneiras diferentes com a doença da protagonista. O comportamento oposto entre Anna (Kate Bosworth) e Lydia (Kristen Stewart) humaniza esta trajetória, assim como a possível insensibilidade de seu companheiro, vivida por Alec Baldwin.

É difícil não desejar em ficar ao lado de Alice e sua impotência perante o seu mundo. Perdendo as memórias e as lembranças responsáveis por sua conexão com a realidade em que vive, a personagem parece perder para si mesma. O título do filme dá a entender que ela será para sempre a mulher forte que vemos nos primeiros momentos de Para Sempre Alice. Viva na memória das pessoas que ama, talvez ainda seja possível. Isso, obviamente, se você beber uma boa dose de fé perante os obstáculos.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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