ON THE ROAD: PÉ NA ESTRADA
O início da geração beat
Pouco antes da meia-noite de 4 de setembro de 1957, Jack Kerouac e Joyce Johnson, a jovem escritora com quem ele estava vivendo, saíram do apartamento dela no Upper West Side, em Nova York, para esperar, numa banca de jornais na esquina da rua 66 com a Broadway, pela edição do dia seguinte do The New York Times. Kerouac fora alertado por seu editor que o romance On the Road, que escrevera havia quase dez anos, mas só então era publicado, seria comentado pelo mais prestigiado jornal americano.
Sob a luz difusa de um poste, Jack e Joyce folhearam avidamente as páginas do Times até depararem com a crítica. Assinada por Gilbert Millstein, dizia: “On the Road é o segundo romance de Jack Kerouac, e sua publicação é um evento histórico, na medida em que o surgimento de uma genuína obra de arte concorre para desvendar o espírito de uma época. (…) É a mais belamente executada, a mais límpida, e se constitui na mais importante manifestação feita até agora pela geração que o próprio Kerouac, anos atrás, batizou de beat e da qual o principal avatar é ele mesmo”.
“Após ler a resenha”, Joyce Johnson relembra, “Jack foi dormir no anonimato pela última vez. Quando o telefone nos despertou na manhã seguinte, ele era famoso”. Estava deflagrado o mito de On the Road.
Eduardo Bueno, introdução de On the Road
O espírito da estrada
Kerouac escreveu para Cassady em uma carta de 1951: “A história é sobre você e eu e a estrada”. Nada mais. E foi com essa aparente simplicidade que On the Road se tornou um clássico que vai sendo desbravado geração após geração, contrariando rótulos que apequenam este monumento literário da contracultura do pós-guerra.
Ao cruzar os Estados Unidos de carro, Jack Kerouac e Neal Cassady (que no romance aparecem, respectivamente, com os nomes de Sal Paradise e Dean Moriarty) empreenderam a viagem que todos os jovens um dia sonharam em fazer, repleta de garotas, bebidas e, acima de tudo, liberdade.
Foi ao contar a história de dois amigos atravessando os Estados Unidos a partir da lendária Rota 66 que Kerouac inaugurou um novo tipo de prosa, uma prosa que tem o ritmo sincopado do jazz, que funciona como uma trilha sonora interna ao livro, que vai se desprendendo das palavras, das frases, dos blocos de texto. Essa escrita une a realidade ao sonho, transformando uma viagem em uma busca espiritual. Esta quase bíblia da geração beat – que continua deixando uma marca muito forte em quem aceita embarcar nesta viagem – influenciou todos os movimentos de vanguarda da metade do século XX, despertando sentimentos diferentes por onde foi lida e deflagrando uma revolução comportamental de proporções extraordinárias até mesmo para o próprio Kerouac.
Informações Gerais
Título: ON THE ROAD: PÉ NA ESTRADA
Título Original: ON THE ROAD
Preço sugerido: R$ 34,90
Catálogo: Outros Formatos
Gênero: Ficção estrangeira
Série: Beats - Kerouac
Formato: 14x21
Páginas: 384
1° Edição: março de 2015
Vida & Obra
Jack Kerouac
Jack Kerouac nasceu em Lowell, Massachusetts, em 12 de março de 1922; era o mais novo de três filhos de uma família de origem franco-canadense. Começou a aprender inglês apenas aos seis anos de idade, estudou em escolas católicas e públicas locais e, como jogava futebol americano muito bem, ganhou uma bolsa para a Universidade de Columbia, em Nova York. Nesta cidade conheceu Neal Cassady, Allen Ginsberg e William S. Burroughs. Largou a faculdade no segundo ano, depois de brigar com o técnico de futebol, foi morar com uma ex-namorada, Edie Parker, e juntou-se à Marinha Mercante em 1942 – dando início às jornadas infindáveis que se estenderiam por boa parte de sua vida.
Em 1943 alistou-se na Marinha, de onde foi dispensado por razões psiquiátricas. Entre uma e outra viagem, voltava para Nova York e escrevia o seu primeiro romance, The Town and the City (Cidade pequena, cidade grande), publicado em 1950, sob o nome de John Kerouac. Este primeiro trabalho era fortemente influenciado pelo estilo do escritor norte-americano Thomas Wolfe e foi bem recebido.
Em abril de 1951, entorpecido por benzedrina e café, inspirado pelo jazz, escreveu em três semanas a primeira versão do que viria a ser On the Road. Kerouac escrevia em prosa espontânea, como ele chamava: uma técnica parecida com a do fluxo de consciência. O manuscrito foi rejeitado por diversos editores. Em 1954, começou a interessar-se por budismo e, em 1957, On the Road foi finalmente publicado, após inúmeras alterações exigidas pelos editores. O livro, de inspiração autobiográfica, descreve as viagens através dos Estados Unidos e México de Sal Paradise e Dean Moriarty. On the Road exemplificou para o mundo aquilo que ficou conhecido como a "geração beat" e fez com que Kerouac se transformasse em um dos mais controversos e famosos escritores de seu tempo – embora em vida tenha tido mais sucesso de público do que de crítica e embora rejeitasse o título de “pai dos beats”.
Seguiu-se a publicação de The Dharma Bums (Os vagabundos iluminados) – um romance com franca inspiração budista –, The Subterraneans (Os subterrâneos) em 1958, Maggie Cassidy, em 1959, e Tristessa, em 1960. A partir daí, Kerouac tendeu à direita, politicamente: criticava os hippies e apoiou a guerra do Vietnã. Publicou ainda Big sur e Doctor Sax, em 1962, Visions of Gerard, em 1963, e Vanity of Duluoz, em 1968, entre outros. Visions of Cody, considerado por muitos o melhor e mais radical livro do autor, só foi publicado integralmente em 1972. Ele morreu em St. Petersburg, Flórida, em 1969, aos 47 anos, de cirrose hepática. Morava, então, com sua mãe e sua mulher, Stela. Escreveu ao todo vinte livros de prosa, e 18 de ensaios, cartas e poesia.
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Fonte: www.lpm.com.br
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