sexta-feira, 7 de abril de 2017
Crítica: Eu te Levo, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Em sua estreia como diretor, o roteirista Marcelo Müller nos apresenta a história de Rogério (Anderson Di Rizzi), rapaz que não sabe ao certo o que quer da vida e, devido a isso, continua morando na casa dos seus pais. A situação piora quando o seu pai vem a falecer e se vê obrigado a ter que cuidar dos negócios e ter que tomar decisões difíceis daqui para frente. Seu sonho na realidade é ser bombeiro, mas para conseguir realizar o tal feito, Rogério se vê obrigado a passar por provas nas quais testam o seu próprio caráter.
Embora seja uma ficção, se percebe que estamos diante de uma história realista, na qual qualquer um se identifica facilmente com ela, principalmente para aqueles que passaram do período de transição para criar o seu próprio caminho, ou que até mesmo não conseguiu esse tal feito. Com uma bela fotografia em preto e branco, o clima das passagens da história sintetiza o conflito interno do protagonista, que se vê querendo realizar os seus sonhos, mas também tendo a preocupação em não desapontar a sua mãe. Ao mesmo tempo, se percebe que o protagonista é um observador, do qual sempre encontra uma situação da qual se identifique, como no caso ao lado de seus amigos e fazendo com que ele se torne um ouvinte, ou até mesmo um ombro amigo que clama também por auxílio.
O filme também abre espaço, sobre o papel de servir e proteger atualmente em território brasileiro. Rogério deseja ser bombeiro, mas precisa ser PM ao mesmo tempo e tendo que ter a consciência de que pode acabar matando o seu semelhante em uma ação. A trama então escancara o lado feio da formação daqueles que desejam fazer a diferença a serviço de um bem maior, mas que se vê obrigado a ter que sujar as mãos, até mesmo numa simples entrevista e fingir ser algo que não se encontra dentro de si. Anderson Di Rizzi carrega então todo o filme nas costas, ao conseguir o feito de transmitir através do seu papel todo o conflito e angustia na qual Rogério se encontra.
Com um final em aberto, Eu te Levo é um pequeno filme, mas que tem muito a dizer sobre o Brasil de hoje, cuja geração atual se encontra no momento em uma estrada sem rumo.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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