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Propagado como a maior festa do cinema mundial, é fato, porém, que o Oscar é muito mais uma celebração do cinema norte-americano e mais especificamente ainda da indústria de cinema de Hollywood. Isso não tira o mérito, muito pelo contrário, quando um brasileiro, seja ele um cantor, ator ou diretor concorre ao prêmio.
Em 2012, Carlinhos Brown e Sérgio Mendes representaram o País com a canção Real in Rio (infelizmente não levamos). Ela foi indicada a melhor música do ano, pela animação Rio, dirigida por outro brasileiro, Carlos Saldanha.
Em 84 anos de Oscar, não foram tantos os representantes brasileiros no prêmio, mas os votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood reconheceram, em algumas ocasiões, talentos nativos que estavam recebendo prêmios mundo afora.
Em 1945, a canção Rio de Janeiro, de Ary Barroso, representou o País no Oscar pela primeira vez. A música fez parte da trilha de Brazil, longa-metragem dirigido por Joseph Santley que contava com a irmã de Carmen Miranda, Aurora, no elenco. Rio de Janeiro perdeu para Swinging on a Star, de O Bom Pastor, o filme do ano.
1960 seria o ano em que o Brasil mais perto chegou de colocar as mãos na estatueta dourada. O vencedor do Oscar de filme estrangeiro foi Orfeu Negro que, a despeito de ter sido rodado no Brasil e com atores brasileiros, concorreu pela França, terra natal do diretor Marcel Camus. A coprodução entre Brasil, Itália e França, baseada na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, foi creditada apenas como francesa quando submetida aos votantes da Academia.
O Brasil teve sua própria indicação ao Oscar de filme estrangeiro, em outras quatro vezes, todas sem retorno de prêmios. Assim como Orfeu Negro, o longa-metragem O Pagador de Promessas, também levou a Palma de Ouro em Cannes e representou o País com a indicação na categoria, em 1963. Entretanto, encontrou o francês Sempre aos Domingos, Serge Bourguignon, em seu caminho, que acabou faturando a estatueta.
Na década de 1990, o Brasil voltaria a disputar filme estrangeiro, em outras três vezes. Os irmãos Fábio e Bruno Barreto tiveram dois holandeses pela frente que não os deixaram subir ao palco na cerimônia. O Quatrilho (em 1996) e O que É Isso, Companheiro (em 1998) perderam para A Excêntrica Família de Antônia, de Marleen Gorris, e Caráter, de Mike van Diem.
Um ano depois, o vencedor do Urso de Ouro em Berlim, Central do Brasil vinha com mais força. Além da categoria de filme estrangeiro, o longa-metragem emplacou uma inédita indicação a Melhor Atriz, para Fernanda Montenegro, também premiada em Berlim. Fernanda não foi páreo para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado, que ainda nos dias de hoje suscita ressentimento em muitos brasileiros pela derrota da atriz brasileira. A Vida É Bela, de Roberto Benigni, disputou sete Oscar, incluindo Melhor Filme - e levou três, batendo Central do Brasil como filme estrangeiro do ano.
A grata surpresa para o público brasileiro surgiu em 2004 quando Fernando Meirelles foi lembrado entre os cinco melhores diretores do ano por Cidade de Deus. O longa-metragem conquistou quatro indicações ao todo, mas teve a última parte da saga O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei como concorrente em três delas (diretor, montagem e roteiro adaptado). O Retorno do Rei bateu a turma de Zé Pequeno não só nessas categorias, como se tornou recordista - ao lado de Titanic e de Ben-Hur, como os filmes que mais receberam Oscar (11).
Antes disso, em 2001, Paulo Machline viu seu Uma História de Futebol disputar a estatueta de Melhor Curta-Metragem de ficção. Já em 2004, Carlos Saldanha (Rio), concorreu a Melhor Curta-Metragem de animação, por Gone Nutty.
Em 2011, João Jardim (junto à britânica Lucy Walker) colocavam o Brasil no páreo pela primeira vez na categoria de Melhor Documentário. A categoria contava com filmes badalados como Restrepo, de Tim Hetherington e Sebastian Junger, e Exit Through the Gift Shop de Banksy e Jaimie D'Cruz. Acabou sendo vencida por Trabalho Interno, de Charles Ferguson, que é uma análise chocante sobre a crise financeira de 2008.
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