quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Editora Sextante recomenda: Giane, de Guilherme Fiuza.
“Gianecchini enfim se permitiu encarar o pensamento proibido: ‘Pode ser que tenha chegado a minha hora.’ No que olhou pela primeira vez para a cara da morte, a sua morte, bem de frente, foi tomado por uma calma profunda. Por um momento perdeu de vista os médicos, as enfermeiras, a empresária, a mãe, os parceiros profissionais e afetivos, a legião de fãs. Enxergou com clareza o verdadeiro lugar de todo mortal em sua condição mais pura: a solidão.
E se sentiu forte nesse lugar. Entendeu que fora exatamente dali que, ainda menino, vislumbrara o seu caminho – um caminho que o diferenciava de todos os membros de sua família, de todos os exemplos que havia à sua volta no interior, de tudo o que ouvira na escola. Sozinho, deixara Birigui de ônibus e ganhara o mundo.
Agora, a sós com seu medo, Giane foi sendo tomado de certa excitação. O que seria aquilo? Se não era masoquismo, devia ser coragem.
Estava pronto para a travessia. Qualquer uma”.
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A propaganda de Laços de família, na TV Globo, dizia que “a vida de cada um de nós dá uma novela”. Era um bom slogan. Talvez todas as vidas deem mesmo uma novela. Mas nem todas serão boas. E só algumas serão fascinantes, daquelas que ninguém admite perder um capítulo. Se a vida de Reynaldo Gianecchini fosse uma novela, o público talvez achasse que o autor exagerara na emoção, nas coincidências, nos presentes do destino, nas trapaças da sorte. Mas ninguém conseguiria largá-la.
O ator que estreou na TV em Laços de família, em 2000, pouco mais de um ano antes estava vivendo na Europa – e decidido a não voltar mais para o Brasil. Depois de resolver aos 7 anos de idade, no interior de São Paulo, que iria viver de país em país, ele se tornara modelo internacional (num caminho cheio de acasos, profecias e superações). Estava, enfim, vivendo de país em país – mas esse final feliz seria simples demais para ele.
Numa reviravolta de folhetim, perdeu um trabalho consagrador em Paris, desclassificado na última etapa de uma seleção mundial, ao mesmo tempo que era fisgado por uma paixão brasileira. O duplo choque de amor e desilusão forçou a volta ao seu país, para, em seguida, o autor Manoel Carlos cismar que ele seria seu próximo protagonista no horário nobre. Coisa de novela.
Gianecchini estreou na TV tendo que segurar a audiência da principal atração da emissora. Foi criticado, fuzilado, amado, idolatrado – tudo ao mesmo tempo. Encarou com obstinação (quase fúria) a batalha de desmentir os que escreveram seu obituário artístico. E também a de mostrar aos fãs que não era uma beleza ambulante. Venceu na vida. E aí apareceu a morte – tentando vencê-lo de surpresa.
Lutando aos 38 anos contra um câncer agressivo e raro, Giane sofreu complicações ainda mais raras que o próprio câncer, e duas delas quase o derrotaram. A tragédia, com ele, também tinha que ser diferente.
A vida desse sobrevivente, ou desse predestinado – ou desse personagem que talvez não caiba em classificações –, daria uma novela fantástica. E também um romance. Este já está em suas mãos: Giane – Vida, arte e luta é o novo romance-verdade de Guilherme Fiuza, que você, como nas melhores novelas, não vai conseguir largar.
Dados
304 páginas
16 x 23 cm
Brochura
R$ 39,90
Sobre o autor
Guilherme Fiuza é autor dos livros Meu nome não é Johnny (que deu origem ao filme), 3.000 dias no bunker, Amazônia 20º andar, Bussunda – A vida do casseta e coautor da minissérie O brado retumbante, da TV Globo. É colunista da revista Época e articulista do jornal O Globo.
Fonte: www.esextante.com.br
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