sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Crítica: LUCY, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Em Akira (1987), cientistas do futuro fazem experiências com jovens, para então eles despertarem determinados poderes que o ser humano nunca pode despertar. Na cine série de X-Men iniciada em 2000, sempre é pregado que a mutação é a chave da revolução. Em Watchmen (2009), um cientista sofre um grave acidente num laboratório, mas em vez de morrer, acaba adquirindo poderes ilimitados, mas ao mesmo tempo em que ganha um conhecimento vasto, capaz de fazê-lo perder o interesse pelos seres humanos.
Esses exemplos todos que eu citei, são na verdade filmes baseados em HQ, em que o foco principal é sobre o poder e a capacidade do ser humano guardado dentro de si. Volta e meia, sempre surge uma superprodução em que o protagonista adquire um determinado poder, mas que nem sempre é explorado de uma forma que possa nos maravilhar. No mais novo filme de Luc Besson (O Quinto Elemento) a historia nos leva por caminhos talvez nunca antes explorados pelo cinema, mas que embora forçado em alguns momentos, não tem como a gente deixar de se espantar.
Ao acompanharmos a protagonista Lucy (Scarlett Johansson) se metendo no lugar errado e na hora errada no submundo das drogas, nem ela e nem nós imaginamos o que estará por vir. É necessário dizer que a primeira meia hora de filme é de uma imprevisibilidade sem precedentes e fazer com que nós apertamos na cadeira para qualquer ação que irá acontecer na tela. Levamos isso mais em consideração, no momento que surge o grande vilão da trama Mr Jang (Min-sik Choi do já clássico filme Coreano Old Boy) que possui o visual e uns trejeitos semelhantes ao do vilão Gary Oldman de O Profissional, também de Besson.
Desde o primeiro minuto, tudo que nós vimos nas obras anteriores de Besson está lá: câmera lenta corte rápidos, violência, trilhas clássicas e o lado humano aflorando nos personagens em abundância em meio ao absurdo. Lucy vê, faz e age como bem entender, com poderes que não deve nada para qualquer super-herói tradicional que a gente conheça. Scarlett Johansson brilha em cada cena em que aparece, mesmo quando a sua beleza angelical por vezes atrapalha em colocar para fora um grande talento que ainda (pelo menos eu acho) está adormecido. Os efeitos visuais, embora sejam muitos, correspondem exatamente como a forma que agora Lucy enxerga o mundo em que nos rodeia.
É claro que hoje vivemos numa fase da sétima arte, em que o publico cinéfilo não engole mais determinados furos de roteiro e no fundo sempre exige uma dose de verossimilhança sobre tudo que acontece na tela. Com isso, surge na historia Professor Norman (Morgan Freeman) que estuda a fundo o potencial do ser humano (que são no máximo 10%) e que servirá de conselheiro para Lucy saber qual será o seu próximo passo. Passo esse em que todos os personagens (e nós) se adentram num ato final indescritível.
Ato final esse em que o diretor usa e abusa de tudo que sabe sobre o modo de filmar, mas que ao mesmo tempo colocando em doses cavalares a verossimilhança já citada aqui. E quando achamos que fantasia, realidade, física, tempo e espaço, crença e razão unidos num único pacote formaria uma situação forçada aos nossos ouvidos e olhos, eis que Besson não deixa essa mistura cair no lugar comum. Pode-se dizer que ele nos brinda com minutos finais que, se por um lado não supera, pelo menos chega perto da mesma sensação que o publico sentiu ao assistir o final de 2001: Uma Odisseia no Espaço de 1968.
Com pouco mais de uma hora e meia, Lucy é um filme de entretenimento de primeira, mas jamais se esquecendo de contar uma boa historia, que de quebra, nos faz levantar inúmeras teorias com relação a tudo que a gente viu na tela. Quem dera se todo blockbuster americano fosse assim hoje em dia.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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