segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Crítica: Maze Runner - Correr ou Morrer, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Tanto na literatura como para o cinema, Jogos Vorazes abriu uma nova fase para os jovens que curtem, tanto uma boa leitura, como uma ida para o cinema em as tramas que lhe fazem pensar. Isso se encontra agora nas ficções (literária e cinema) para jovens adultos que vem ganhando uma boa fatia do publico. Jogos Vorazes, Divergente e Ender's Game - O Jogo do Exterminador tem em comum em colocar sempre jovens protagonistas perante um futuro pessimista em meio ao confronto de um sistema intolerante e aliado a um voyeurismo constante.
Escrito por James Dashner, o livro Maze Runner - Correr ou Morrer se parece e muito com as obras já citadas, mas se diferencia pelo teor ainda mais adulto e não dar espaço para os jovens gradativamente amadurecerem, mas sim amadurecerem de imediato. Assim como no livro, o filme já deixa claro que não há espaço para sutilezas, mas sim em tomar providencias para sobreviver a cada dia que passa. O protagonista Thomas (Dylan O'Brien), no momento que se vê preso numa comunidade formada por garotos, imediatamente quer sair de lá o quanto antes e se lembrar de quem é, mas para isso terá que encarar um misterioso e gigantesco labirinto.
Já de inicio fica claro que aquela comunidade de jovens está mais do que acomodada com a situação que estão vivendo, ao invés de pensarem em serem livres. Porém, Thomas se torna uma espécie de desequilíbrio desse comodismo tornando-se assim uma liderança para aquela comunidade. É aquela velha historia do protagonista ser o escolhido para liderar as ovelhas para o caminho da luz, mas que felizmente sempre moldado por uma historia diferente.
Na medida em que Thomas avança e enfrenta novos desafios dentro do labirinto, surgem também novos problemas para aquela comunidade que se sente cada vez mais acuada e não desejando novas mudanças. Isso é muito bem representado pelo personagem Gally (Will Poulter) que não mede esforços em tentar frear Thomas na sua busca pela liberdade. A relação dos dois nada mais é do que uma metáfora, tanto de pessoas acomodadas ao sistema intolerante em que vive, como daqueles que desejam enfrentá-la custe o que custar.
Na medida em que a trama avança, se descasca inúmeras revelações por vezes desconcertantes e faz com que todos os protagonistas fiquem na duvida, até mesmo com relação ao próprio protagonista. Novas revelações surgem no momento que aparece a única garota da trama (Kaya Scodelario) que aparentemente tem alguma ligação com o passado esquecido de Thomas. Isso tudo acaba gerando tensão até mesmo para o próprio cinéfilo, que na medida em que a trama avança, faz com que nos importemos cada vez mais com os destinos de cada um dos personagens.
Embora com um orçamento apertado (pouco mais de 30 milhões de dólares) é de se tirar o chapéu para o diretor estreante Wes Ball em conseguir criar cenas de ação eficazes dentro do labirinto, com direito a efeitos especiais convincentes e que não devem nada a uma produção de grande orçamento. Embora violento, com direito a morte de personagens que até então estávamos simpatizando, as cenas não beiram ao chocante, muito embora sintetizem o lado hostil daquele mundo opressor. Neste caso, a produção acaba se tornando por vezes até mais corajosa que Jogos Vorazes, mesmo possuindo em alguns pontos de semelhança na trama.
Mas estamos falando do inicio de uma nova franquia para o cinema e embora Maze Runner - Correr ou Morrer tenha um final em que mostre o fim daquela jornada suicida daqueles jovens, os minutos finais os levam para uma nova etapa e para novas revelações que irão surgir no decorrer do tempo. Embora já esperássemos por isso, o filme consegue o feito de nos fazer querer esperar ansiosamente para a próxima etapa e só criando esse efeito já merece o meu respeito.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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