sábado, 20 de dezembro de 2014

Crítica: As aventuras do avião vermelho, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Quando se pensa em animação brasileira, a primeira coisa que vem na mente do povo em geral, talvez sejam os especiais protagonizados pela turma da Mônica. Contudo, ao longo de nossa história, o nosso cinema provou que, pode sim, criar diversos e bons longas-metragens e que podem muito bem se equiparar a outras produções estrangeiras (vide Disney/Pixar). Uma Historia de Amor e Fúria (com vozes de Selton Mello e Camila Pitanga) veio para provar que as animações brasileiras podem ir mais longe do que se imagina e esse As Aventuras do avião vermelho é um exemplo que, mesmo com a velha e boa animação tradicional, se pode conquistar o público infantil com uma história de aventura simples, porém, com boas doses de pura nostalgia.

Nostalgia é a palavra certa para esse simpático longa, pois a história de Fernandinho (voz de Pedro Yan), que vive num mundo de aventuras imaginárias para salvar um protagonista de um livro que o seu pai lhe deu, nada mais é do que um pequeno retrato da infância de cada um de nós. Quem nunca se imaginou participando de inúmeras aventuras com o seu personagem preferido de infância, ou sendo o seu próprio herói? O filme sintetiza isso como um todo e gradualmente nos conquista.

Dentro do seu quarto, Fernandinho adentra num universo particular, onde usa os cenários do seu livro para viajar e ter diversas aventuras que, por vezes, presta homenagem às matinês antigas de aventura inocente e bem ao estilo Flash Gordon. Nesta empreitada, Fernandinho tem a companhia de dois simpáticos coadjuvantes, que nada mais são do que seus brinquedos preferidos: Ursinho (Wandi Doratiotto) e Chocolate (Lázaro Ramos). Além deles, o avião vermelho que, eles usam para viajar pelo globo, também tem personalidade e possui a voz de Milton Gonçalves.

Não há como negar que dentre as vozes que dão vida aos personagens, quem se sobressai é realmente Lazaro Ramos, sendo que a última vez que ele havia dublado um desenho foi no já clássico O Homem que Copiava, em que seu personagem se tornava um. Aliás, o seu personagem é protagonista das piadas que mais possuem momentos subliminares, dos quais somente os adultos que forem acompanhar os seus filhos irão entender. Interessante que esse longa (baseado na obra de Érico Veríssimo de 1936) se mantem fiel da forma em que ela foi escrita na época e preservando assim algumas passagens que, talvez alguns considerem politicamente incorretas para os dias de hoje, mas isso demonstra total fé que os produtores tiveram com o seu pequeno projeto.

Com uma das músicas cantada pela minha amiga, cantora e dubladora Luíza Caspary, As aventuras do avião vermelho é um filme simpático, divertido e que conquista facilmente aquele adulto que mantem em sua mente as suas aventuras imaginárias e coloridas do seu tempo.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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