domingo, 8 de janeiro de 2017
Crítica: O Que Está por Vir, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Isabelle Huppert em mais um grande desempenho em ‘O Que Está por Vir’, de Mia Hansen-Love. No filme, a sua personagem ‘Nathalie’ não sabe sobre o seu futuro, pois quando começa a calmaria pode ser muito bem o prenuncio de uma tempestade. Ou quando tudo parece um inferno, encontra-se a paz.
Embora aparente ser uma história simples num primeiro momento, é também uma história de superação, onde nada se parece como os temas de superação vistos em Hollywood, dos quais tentam, mas na maioria das vezes terminam num lugar comum. Nathalie irá enfrentar mesmo muitos obstáculos, mas, ao enfrentá-los, se comporta de uma forma madura, ajudada também pelo fato de ser bem resolvida culturalmente, mas que longe dos olhares dos outros, não esconde para si o quão frágil é como pessoa.
Os problemas de Nathalie, professora de Filosofia, surgem através das figuras do marido, Heinz (André Marcon), sua mãe depressiva Yvette (Edith Scob), os filhos, e um aluno tanto rebelde como sedutor, Fabien (Roman Kolinka). Na verdade, não interessa os problemas, mas sim como ela irá saber administrar as situações que surgem para ela, mesmo quando ela se encontra em momentos tranquilos como numa praia da qual ela se encontra para esquecer um pouco de sua realidade. Fora isso, é preciso dar destaque ao trabalho de direção da cineasta Mia Hansen-Love, pois com a sua câmera de movimentos refinados, a diretora enquadra uma Isabelle Huppert sempre com muita luz e revelando cada detalhe dos seus sentimentos mostrados em sua expressão: a cena onde mostra ela, no interior de um ônibus, presenciando pelo vidro o marido acompanhado pela amante na rua é digna de nota, pois ela oscila entre dramaticidade e humor ao mesmo tempo. Esse é um dos grandes charmes do filme, do qual nos passa momentos dramáticos e de humor ao mesmo tempo. Cineasta e atriz conseguem explorar esses universos diferentes e misturá-los num único quadro, pois a vida, por vezes, acaba sendo tão absurda quanto à própria ficção.
A protagonista transita com as suas ideias e motivações ao lado de novos tempos cheios de novos significados que, embora não façam ela, mudar como pessoa, pelo menos ela soube conviver com tais mudanças.
Com um final em aberto, O Que Está por Vir é um filme sobre libertação, mas ao mesmo tempo sobre saber se redescobrir na vida e mantendo uma posição madura, consciente e resolvida perante os novos tempos.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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