domingo, 19 de julho de 2015

Crítica: HOMEM-FORMIGA, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Muitos reclamam que a Marvel somente usa a velha fórmula de sucesso de sempre (aventura com toques de humor) desde o seu primeiro Homem De Ferro (2008), mas que pelo visto tem dado muito certo. Na realidade o estúdio bem que ousa em arriscar algo de novo, principalmente no caso de levar para o cinema personagens desconhecidos pelo público em geral, como foi no caso de Guardiões das Galáxias do ano passado e rendeu um grande sucesso. Agora, adaptar um personagem como o Homem-Formiga que, embora tenha sido membro fundador dos Vingadores, sempre foi um personagem que sozinho nunca conseguiu segurar uma HQ solo e sem duvida esse poderia ser o primeiro grande tiro no pé do estúdio. Poderia, porque a Marvel acerta novamente, mesmo com as jaz conhecidas diferenças criativas que o estúdio teve com o diretor Edgar Wright (Todo Mundo Quase Morto) e contratando em seu lugar o diretor de comédias Peyton Reed (Sim Senhor!). A troca não poderia deixar de ser mais do que acertada, pois Reed respeitou a visão original que Wright tinha com relação ao universo do personagem e preservou muito daquilo que ele havia criado: filme de aventura familiar com boas doses de humor certeiro.

O filme resgata um pouco daquele clima de filme de aventura ao estilo “sessão da tarde”, sendo que, não é a toa que a trama começa justamente nos anos 80, época mais dourada para esse gênero. O filme já dá entender que é também conectado ao universo já estabelecido da Marvel no cinema, mas que felizmente, isso se torna um mero detalhe no decorrer do filme e não exige que você seja obrigado a assistir o que já passou no cinema (diferente do que aconteceu no ultimo Vingadores). Aliás, é preciso dar uma salva de palmas para os técnicos de efeitos visuais, ao apresentar um Michael Douglas rejuvenescido e idêntico o da época de quando ele ganhou um Oscar pelo filme Wall Street.

Voltando ao presente, descobrimos que o Dr. Hank Pym (Douglas) tenta a todo o custo fazer com que o seu invento de encolhimento não caia nas mãos do ambicioso e ex-pupilo Darren Cross (Corey Stoll). Para isso, recorre para ajuda da sua filha Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) e a um ex-presidiário Scott Lang (Paul Rudd), especialista em roubos, mas que procura uma forma de se redimir e voltar a rever a sua filha. Da reunião do trio cria-se mais do que uma simples aliança, pois será uma forma de resolver os problemas familiares que cada um deles tem. É ai que vem o grande charme desse filme, pois a ação, pelo menos na primeira uma hora da trama, é deixada um pouco de lado, para dar espaço às típicas histórias de conflitos entre pais e filhos que, embora previsíveis, aqui funcionam como uma beleza e se casam muito bem com as cenas de humor, que por sinal são muitas. É muito divertido ver o velho Homem-Formiga ensinando passo a passo o seu sucessor, desde a maneira melhor de usar a sua roupa especial (a cena da fechadura é hilária), como também saber controlar e pedir ajuda as inúmeras formigas que existem. Neste ponto, os efeitos especiais são fantásticos, mostrando inúmeros detalhes desse mundo diminutivo e nos brindando então com um novo olhar desse universo estabelecido do estúdio.

Em termos de ação, o filme não deixa nada a desejar, mesmo não tendo a mesma escala de grandiosidade de filmes como Vingadores. As cenas que vemos o protagonista aumentando, diminuindo e enfrentando os vilões são dinâmicas e se casando muito bem com uma montagem de cenas frenéticas. Difícil dizer qual é a melhor sequência, mas aquela cena em que o herói e o vilão (Jaqueta Amarela) se enfrentam em meio aos brinquedos de um quarto, para se encaminhar para momentos imprevisíveis, serve somente para provar o quão longe o personagem pode chegar dentro do cinema, desde que seja muito bem dirigido.

Com pistas que dão a entender que o personagem irá futuramente se interagir cada vez mais com os personagens já estabelecidos do universo cinematográfico da Marvel, Homem-Formiga é uma prova que aventuras de super-heróis no cinema podem ser tanto descompromissadas, como também ricas em detalhes dos quais nós meros mortais não enxergamos ao olho nu.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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