terça-feira, 28 de julho de 2015
Curso: HORROR NO CINEMA BRASILEIRO, de Carlos Primati.
PROMOÇÃO PARA OS PRIMEIROS INSCRITOS
APRESENTAÇÃO
O horror, um gênero que durante muito tempo foi ignorado e pouco debatido no cinema brasileiro, nos últimos anos tem se fortalecido com diversas produções que abordam o tema das mais variadas formas. Filmes como A Antropóloga; Trabalhar Cansa; Quando Eu Era Vivo; Gata Velha Ainda Mia; Isolados; O Amuleto e A Misteriosa Morte de Pérola chegaram às telas mostrando a força e relevância do gênero no cinema atual. Produções independentes como Nervo Craniano Zero (Paulo Biscaia Filho); Mar Negro (Rodrigo Aragão) e Condado Macabro (Marcos DeBrito e André de Campos Mello) renovam o sangue a apontam caminhos alternativos para serem trilhados pelo gênero.
Entretanto, o horror sempre esteve presente no cinema brasileiro, mesmo que de maneira alegórica e vaga. Comédias assombradas, como O Jovem Tataravô (1936) e Fantasma por Acaso (1946), mostram como o tema era tratado na época das chanchadas. Lendas populares e personagens de nosso rico folclore também chegaram às telas com sombras horroríficas, incluindo o saci, o caipora, a mula-sem-cabeça e diversos lobisomens.
O impacto do cinema ousado e destemido de José Mojica Marins com seu ímpio e sádico personagem Zé do Caixão, refletiu nas significativas bilheterias de filmes como À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964) e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967) e influenciou outras gerações de realizadores a trilhar o caminho do cinema revoltado e inquieto. Até mesmo o popular cômico Mazzaropi abordou a confusão religiosa típica do brasileiro em comédias nas quais reflete de maneira simplória, porém sincera, sobre temas como fé, charlatanismo, morte e reencarnação.
Entre os outros cineastas que se dedicaram de maneira representativa ao horror estão Walter Hugo Khouri, autor de obras densas, e o argentino Carlos Hugo Christensen, que teve produção prolífica em toda a América do Sul e se radicou no Brasil na segunda metade de sua carreira, também contribuiu com o imaginário do horror nacional. A ‘Boca do Lixo’ paulistana também é devidamente representada pelos surpreendentes filmes de erotismo mórbido de Jean Garrett, os quais, a despeito dos títulos genéricos, são hipnotizantes mergulhos no universo fantástico. As obras de John Doo; David Cardoso; Ody Fraga e Fauzi Mansur, com sua acintosa sexualidade combinada com cenas violentas, grotescas e macabras, também marcaram o gênero.
O ‘terrir’ de Ivan Cardoso (O Segredo da Múmia; As Sete Vampiras; Um Lobisomem na Amazônia), dramatizações sobre assassinos psicopatas e produções de sexo explícito com vampiros, demônios e fantasmas dividem espaço na discussão com realizações recentes, com filmes surreais e experimentais como O Fim da Picada; "Mistéryos"; "FilmeFobia" e "A Percepção do Medo", todos contribuindo à sua maneira particular com o imaginário do filme brasileiro de horror.
OBJETIVOS
O curso HORROR NO CINEMA BRASILEIRO, ministrado por Carlos Primati, pretende promover uma discussão sobre o panorama do gênero no Brasil, mostrar e contextualizar tanto as obras consagradas quanto filmes mais obscuros e desconhecidos, e apresentar um apanhado das realizações recentes, colocando em perspectiva o que pode indicar o futuro do gênero no cinema brasileiro.
CONTEÚDO DAS AULAS
AULAS 1 e 2
- Como assim, “horror no cinema brasileiro”?
- Chanchadas do além: O Jovem Tataravô e outros fantasmas
- A era dourada dos estúdios: melodramas góticos e co-produções
- Lendas e folclore: saci, caipora, mula-sem-cabeça e lobisomem
- Zé do Caixão: terror e sadismo nacional sem fronteiras
- Experimentalismo udigrúdi: Sganzerla, Bressane e Visconti
- O misticismo caboclo das comédias de Mazzaropi
- Iemanjá, Iansã, Xangô: temores do candomblé e da macumba
- Espíritos inquietos: o vazio existencial de Walter Hugo Khouri
- Possuído pelo mal: o medo barroco de Carlos Hugo Christensen
AULAS 3 e 4
- Erotismo e morte à beira-mar: a poesia mórbida de Jean Garrett
- Sexploração: John Doo, David Cardoso e Ody Fraga
- Aos pedaços: o horror verídico dos assassinos psicopatas
- Sangue e pornografia: o sexo explícito de meter medo
- O horror espírita: Joelma; O Médium e outras reencarnações
- Terrir: os monstros irreverentes de Ivan Cardoso
- Medo e violência for export: os excessos de Fauzi Mansur
- Espectros do horror no ‘cinema da retomada’
- Teratologia disforme: monstruosidades da década de 2000
- As produções independentes e o futuro do gênero
Ministrante: Carlos Primati
Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial e brasileiro. Publicou artigos em livros sobre a obra do cineasta José Mojica Marins e sobre o Horror no cinema brasileiro. Colaborou no livro "Maldito", de André Barcinski e Ivan Finotti, e co-produziu a Coleção "Zé do Caixão" em DVD, vencedora do 1º Prêmio DVD Brasil como a "Melhor Coleção" do ano.
Publicou textos nas edições especiais "O Livro do Horror" (Herói); "Super Livro dos Filmes de Ficção Científica" (Superinteressante) e "A História do Rock" (Bizz). Criou e editou a revista "Cine Monstro", e trabalha na organização de uma monumental enciclopédia sobre filmes de horror. Editou o livro "Voivode: Estudos Sobre os Vampiros" e escreveu o volume sobre "Séries de TV" da Coleção "100 Respostas" (Mundo Estranho).
Já ministrou para a Cine UM os cursos "A Obra de Alfred Hitchcock"; "História do Cinema de Horror"; "Zé do Caixão: 50 Anos de Terror"; "Expressionismo Alemão: Uma Sinfonia de Luzes e Sombras" e "Ficção Científica dos Anos 50".
Curso: HORROR NO CINEMA BRASILEIRO, de Carlos Primati
DATAS:
Dias 29 e 30 / Agosto
HORÁRIO:
Sábado: Aula 1: 14h às 15h50 / Aula 2: 16h10 às 18h
Domingo: Aula 3: 14h às 15h50 / Aula 4: 16h10 às 18h
LOCAL: Cinemateca Capitólio - (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Porto Alegre - RS)
INSCRIÇÕES
http://www.cinemacineum.blogspot.com.br/2015/07/horror-no-cinema-brasileiro.html
INFORMAÇÕES
Fone: (51) 9320-2714
cineum@cineum.com.br
REALIZAÇÃO: Cine UM Produtora Cultural
Fonte: Cine UM Produtora Cultural.
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