sábado, 2 de abril de 2016

Crítica: CEMITÉRIO DO ESPLENDOR, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Por ser filho de um casal de médicos, o cineasta, Apichatpong Weerasethakul parece que faz referências sobre hospitais e problemas físicos em seus filmes. Em Cemitério do Esplendor boa parte da trama acontece em uma clínica onde tratam os soldados que desenvolveram uma misteriosa doença do sono. O Local já foi lugar de uma escola, e o terreno, ao tudo indica, se encontra em cima de um antigo cemitério de reis. Com relação a isso, nos filmes de Apichatpong Weerasethakul, não somente as pessoas, como também os prédios e o local têm histórias a serem contadas através do passado, que se enlaça com a época atual em regime de absoluta normalidade. Uma senhora volta todas as suas atenções a um dos soldados como se ele fosse seu parente mais próximo, e no qual se cria um laço com uma garota sensitiva capaz de acessar o pensamento dos soldados dormindo. O que mais me impressionou no cinema de Apichatpong Weerasethakul, do qual vai muito além de um ritmo suave e de uma simplicidade única, é a sua falta de truques de magia.

Pelo que eu soube de seus filmes, seres acima dos homens podem se vestir de uma forma simplória e dialogar com pessoas comuns enquanto comem um almoço corriqueiro; uma médium pode visitar fisicamente o passado distante; os sonhos de duas pessoas podem ter algo em comum; as luzes de uma enfermaria podem se vistas em inúmeros lugares da cidade. Mas nada muda com o efeito, mas sim surge simplesmente de uma forma natural. O extraordinário, e os mistérios do além habitam e convivem no mesmo cenário como se fosse à coisa mais comum do mundo. Isso dá uma ideia do como às tradições e as lendas são na Tailândia, e de como elas estão sendo vistas no ocidente. Ao mesmo tempo em que refaz antigas lendas, Apichatpong Weerasethakul também lida com o dia a dia de seu país, como os costumes e a moda do ocidente fazendo parte do ambiente local. Cemitério do Esplendor é um conto lírico, onde a fantasia e a realidade se fundem num único cenário e o que pode ser absurdo ou extraordinário para alguns, pode ser o corriqueiro para muitos.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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