sábado, 23 de abril de 2016
Crítica: Sinfonia da Necrópole, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Foi-se o tempo em que o cinema nacional era conhecido por fazer apenas alguns gêneros, sendo que agora fazemos de tudo. Há algum tempo fomos brindados com até mesmo suspenses que, para os olhos dos desavisados, se torna até mesmo incomum ver tal feito. Uma descoberta do cinema de gênero em benefício de uma cinematografia mais rica para este povo que faz cinema muito bem. Cannes viu e elogiou o surpreendente Trabalhar Cansa do Marco Dutra e Juliana Rojas. O próprio Dutra voltou às telonas com Quando Eu Era Vivo. Esse ainda veio acompanhado por Entre Nós de Paulo Morelli e do aflitivo O Lobo Atrás da Porta de Fernando Coimbra. Ou seja, quem acha que vivemos somente de comédia descartável está redondamente enganado.
Juliana Rojas assumiu a direção de seu primeiro longa-metragem. Num primeiro momento podemos até mesmo estranhar a sinopse: um jovem coveiro, Deodato (Eduardo Gomes) precisa fazer o recadastramento de túmulos abandonados juntamente com uma nova funcionária. Na medida em que Deodato vai realizando o seu ofício, ele percebe algumas coisas sobrenaturais que o assombram. Soa por um momento convencional, contudo, o filme ganha sabor com a injeção de humor e canções. Por mais raro que seja para o nosso cinema, o filme é um musical assumido. Marco Dutra, parceiro de vários anos da cineasta, contribuiu na construção das canções.
Assistir Sinfonia da Necrópole é de se estranhar num primeiro momento, mas logo a obra arranca inúmeras risadas e não me admira que tenha sido elogiado pela crítica especializada pelo país afora. O filme funciona por talvez tocar em assuntos que, embora delicados, faça com que o público em geral se identifique. Por possuir um alto grau de simplicidade, o filme acabou dando espaço para originalidade, principalmente quando os protagonistas soltam a voz. Mas, o trunfo se encontra mesmo no fato do roteiro se concentrar no simples coveiro, do qual ele se torna crível aos nossos olhos. Surgem então as brincadeiras, das quais soam cômicas, mas jamais bobas e forçadas. Com isso, o cômico e o sobrenatural (mesmo visto em pouco tempo) se cruzam no decorrer da trama e faz com que o filme nos prenda até o seu fim.
Por um lado crítico, o filme implica numa critica social sobre os espaços e realocações, questões temáticas de uma São Paulo de hoje. Porém, a brincadeira é o que mais prevalece, sendo que os atores se vêm claramente se divertindo em cena, seja quando estão atuando ou cantando. Vale ressaltar que o filme foi quase que inteiramente filmado num cemitério, um feito raro que, poderia nascer mórbido, mas nos conquista gradualmente de tal forma, que a gente deseja saber os caminhos que aqueles personagens irão trilhar posteriormente.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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