domingo, 25 de setembro de 2016
Crítica: MATA-ME POR FAVOR, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
O cenário é a Barra da Tijuca, onde acompanhamos o dia a dia de um grupo de adolescentes numa escola, durante a trama observamos o lado simples desses jovens, desde namorar, usar o que está na moda e curtir as festas. Porém, começam a surgir jovens mortas próximo ao local e assim fazendo despertar o medo e a paranoia entre esses jovens.
Diferente do habitual dentro do gênero suspense, a trama não se prende ao tentar descobrir quem é o assassino, mas sim nas consequências que ele provoca em outras pessoas. A trama então se concentra mais na jovem Bia (Valentina Herszage), que se sente mais afetada pelos eventos que andam acontecendo, principalmente pelo fato das vitimas serem um pouco parecidas com ela. Isso faz com que a gente assista uma perspectiva da situação através do olhar dela, com o direito de testemunharmos os seus sonhos, pesadelos e imaginação um tanto que peculiar. É através de Bia, aliás, que vemos a transformação do jovem contemporâneo de hoje que, para o bem ou para o mal, amadurece mais rápido do que se imagina. Sem ter pais presentes para orientá-la, Bia vive sozinha com o seu irmão João, sendo que esse último tem que enfrentar o fato de namorar uma garota virtual, da qual nem sequer conheceu ainda pessoalmente. Ambos vivem numa espécie de encruzilhada de descobertas, mas da qual não saem do lugar, e passam por essas mudanças num lugar limitado como na Tijuca e gerando até mesmo uma sensação de claustrofobia em suas vidas.
Dirigido e roteirizado por Anita Rocha da Silveira, a cineasta tem a proeza de transformar a Barra da Tijuca num ambiente não muito acolhedor, como se não houvesse um porto seguro para o qual o jovem deite sua cabeça para sentir um pouco de segurança. Ao mesmo tempo, o lugar vive de mudanças, aonde prédios cada vez mais altos vão surgindo no horizonte e o que era verde se torna concreto e sem vida. Isso faz com que se crie no decorrer do filme um cenário em que os jovens andam como sonâmbulos, dando a entender que não há como eles interromperem as mudanças físicas e psicológicas pela qual eles passam.
O papel do progresso desenfreado que surge na trama, aliás, dá a entender que ele está ali para apagar o passado e até mesmo os eventos do presente. Portanto, não é a toa que a cineasta tem até mesmo a proeza de inserir o terrível caso de assassinato da atriz Daniella Perez, ocorrido 1992 e que ocorreu justamente nesse local. Acredito, porém, que tal assassinato tenha sido inserido na trama, para que ele simplesmente não seja esquecido, e para assim dificultar sua temível repetição.
Com um final em aberto sobre os eventos vistos na trama, Mata-me por favor é um filme para o jovem de hoje ver e fazendo ele entender que não está sozinho para enfrentar os horrores e a insegurança do nosso mundo atual.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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