sábado, 5 de novembro de 2016

Coletivo Bijari assina a nova identidade visual da rede Jornalistas Livres.




A renovação aponta em direção à construção de uma comunicação mais clara e efetiva sem perder o tom político


Na última quinta-feira, dia 3 de novembro, o coletivo Jornalistas Livres mudou a identidade visual de seu site, das redes sociais e das vinhetas das reportagens em vídeo produzidas pela rede de mídia independente. Quem assina a nova comunicação é o Estúdio Bijari, coletivo criativo focado no mercado de arte e design.

Trabalhando com uma paleta de tons em verde, branco e preto e com o emprego do megafone como um ícone de amplificação de mensagens, a concepção do projeto, que tem como maior objetivo ser hipersensível durou, ao todo, quatro meses. A mudança na logomarca, que deixa de lado a cor cinza, adota agora uma tipografia que tem a fonte archive como base e referências de estêncil.

As relações originais entre as palavras “jornalistas” e “livres” foram mantidas, mas renovadas na construção da sua proporção e, por fim, o resultado compreende uma interpretação "quase sonora" das palavras, traduzida visualmente. A desconstrução desta relação de representatividade permite que a palavra jornalistas venha a ser tornar invisível. A renovação da linguagem do ícone do megafone que, anteriormente, era sintético e simplificado, agora tem um padrão mais realista, que aponta em direção à construção de uma comunicação mais clara e efetiva de Jornalistas Livres.

“Para nós, do Estúdio Bijari, fazer o redesenho de uma marca como Jornalistas Livres é uma forma de atualizar a ideia de ativismo. No século XXI, a militância está na rua e, ao mesmo tempo, organizada na internet. Que cara tem esse ativismo virtual? Como tornar o invisível hipersensível? Essa questão é parte intrínseca no trabalho de Jornalistas Livres, que com suas reportagens dá visibilidade a temas até então esquecidos. Partimos dessa prerrogativa para chegar a cores como o verde limão, que é um tom ácido e vai de encontro ao jornalismo feito pela mídia independente”, explica Rodrigo Araújo.

Em sua produção artística, Bijari transita entre distintas linguagens, como intervenções urbanas, instalações, objetos, lambe-lambe e performances ao vivo, com VJs e projeção mapeada. O grupo desenvolve há alguns anos a pesquisa “Natureza Urbana”, na qual questiona a ocupação do espaço público e a ausência de espaços verdes nas cidades. Entre os resultados deste processo estão os famosos “Carros-Verdes” (carcaças de carros abandonados transformados em floreiras) e as “Praças Impossíveis” (bicicletas cargo transformadas em peças de mobiliário urbano). Em parceria com o grupo Instituo e com o cineasta Daniel Augusto, Bijari lançou, no mês de maio, o projeto #Navalha, composto por uma série de vídeos e ações que propõe uma reflexão sobre o cenário político atual e trazendo outras narrativas para o debate.

Fernando Sato, o responsável pela ponte entre o Estúdio Bijari e o coletivo Jornalistas Livres, explica, abaixo, por quais razões essa parceria rendeu bons frutos.


Divulgação: Estúdio Bijari

Lembro-me de alguns encontros. Zona de Ação, com seu ringue aberto, Ocupação Prestes Maia, construindo com vários coletivos um primeiro território conjunto com o movimento de moradia.

Também no Largo da Batata, introduzindo a palavra “gentrificação” nas nossas cabeças; jogando uma galinha no Shopping Iguatemi e no Largo da Batata, de novo, para mostrar uma verdadeira diferença de classes; junto com a casadalapa em vários momentos, com a Frente 3 de Fevereiro, lutando contra o racismo e a favor de uma cidade digna para todos, os lambes do Espaço Público, dos Parques e de tantas outras lutas, e também a cruz de cassetetes e a granada-luz dando uma paulada em símbolos antiquados dos tempos pós-dramáticos.

Ah, esqueci. Nas escolas de luta criando novos discursos coletivos e junto aos Jornalistas Livres numa imersão secundarista. Encontros motivados por um posicionamento frente à vida. Uma vida que também enxergo à minha frente. Estamos do mesmo lado.

Qual era mesmo a pergunta? Quem a gente chamou pra fazer a nova identidade visual dos Jornalistas Livres? Sobre apenas isso, não sei dizer.


Sobre Bijari

Núcleo de criação em artes visuais e multimídia composto por um time de profissionais como artistas visuais, arquitetos, cenógrafos, designers, planejadores, diretores de vídeo e de arte. Bijari existe desde 1998 e possui um trabalho de pesquisa calcado na convergência entre arte, design e tecnologia, e tem como objeto de interesse as narrativas, poéticas e conflitos que moldam e dão vida à paisagem urbana, seja para a criação conceitual de suas obras publicas ou entregas para o mercado de entretenimento multimídia brasileiro.


Fonte: Agência Lema, através de Luciana Rabassallo, Leandro Matulja, Letícia Zioni e Larissa Marques.

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