domingo, 13 de abril de 2014

Crítica “O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SAMUG”.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Sinopse: Após iniciar sua jornada ao lado de um grupo de anões e de Gandalf (Ian McKellen), Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) segue em direção à Montanha Solitária, onde deverá ajudar seus companheiros de missão a retomar a Pedra de Arken, que fará com que Thorin (Richard Armitage) obtenha o respeito de todos os anões e o apoio na luta para retomar seu reino. O problema é que o artefato está perdido em meio a um tesouro protegido pelo temido dragão Smaug (voz de Benedict Cumberbatch). Ao mesmo tempo, Gandalf investiga uma nova força sombria que surge na Terra Média.


Muitos (até mesmo os fãs) chamaram o cineasta Peter Jackson de ganancioso por ter transformado o pequeno livro de O Hobbit numa trilogia onde cada filme é de quase três horas. Se muitos acharam exagerado ele ter anunciado no principio que seria dois filmes, três então foi o suficiente para nascer a desconfiança. Ao meu ver se por um lado ele optou dessa forma para explorar mais aquele rico universo criado pelo escritor Tolkien, por outro já sentimos aqui um certo exagero na dosagem do diretor, mesmo sendo esse capitulo superior ao anterior.

Não é fácil assistir uma trilogia, que na verdade é uma única grande historia, principalmente para um cinéfilo leigo de primeira viagem. Portanto o diretor foi hábil ao inserir uma pequena introdução, com dois personagens centrais, que não somente resume a missão deles, como também facilita para aqueles que pegaram o bonde andando. A partir dai, retornamos ao ponto onde filme anterior havia parado, vendo os heróis indo em direção a Montanha Solitária, para resgatar o reinado dos anões das garras do dragão Smaug.

Durante essa jornada, percebemos que finalmente o filme começa a entrar num cenário mais sombrio, que remete os momentos mais angustiantes da trilogia do Senhor dos Anéis. Quando vemos os anões e Bilbo Bolseiro sofrendo alucinações dentro de uma floresta sinistra, e tendo que enfrentarem aranhas gigantes, o filme nos faz sentir aquela aflição pelo destino dos personagens, mesmo que (infelizmente) ainda não tenhamos muita identificação pela maioria deles. No final das contas, os personagens que realmente nos importamos são com o Bilbo e Gandalf, não porque eles são os principais chamariz, mas sim pelo fato de serem interpretados pelo excelentes Ian McKellen e Martin Freeman.

Infelizmente para aqueles gostam do velho mago, Gandalf fica em segundo plano, pois fica encarregado de uma segunda missão, que envolve a possível volta de Sauron. Com isso, Peter Jackson talvez saiba no fundo que depender somente de 13 anões, que na maioria deles ainda não despertam a nossa simpatia, acabaria meio que deixando o cinéfilo, e até mesmo os fãs dos livros entediados. Portanto, no momento em que eles chegam ao reino élfico de Thranduil, ele não somente insere o velho conhecido Legolas, como também inventa uma personagem nova e que não existe no livro: embora a guerreira elfica Tauriel seja interpretada por competência pela atriz Evangeline Lilly (Lost), os seus momentos em cena nos passa a sensação á todo momento que eles não fazem falta em nenhum momento e sua possível paixão que sente pelo anão Kili (Aidan Turner) não nos desperta nenhum interesse.

Tauriel (assim como Legolas) funciona muito melhor nas cenas de ação, principalmente na fantástica sequencia, onde os anões estão descendo rio abaixo dentro de barris, enquanto Orcs e elfos se enfrentam. Essa sequencia, aliás! É uma prova que Peter Jackson é habilidoso nas cenas de ação, quando ele não permite que o seu lado pretensioso pelo exagero o atinja. Com isso, quando vemos um dos anões enfrentando orcs numa sequencia sem cortes, vemos ali uma cena empolgante, divertida e que jamais soa exagerada.

Infelizmente o ritmo se perde no momento em que o grupo entra na cidade de Esgaroth, onde na maioria das cenas são puramente descartáveis e que nos faz desejar que eles saíssem dali o quanto antes para o ritmo voltar aos trilhos. Isso acontece é claro quando eles finalmente chegam a Montanha Solitária, mas ao mesmo tempo era um momento que exigia melhor o desempenho do ator Richard Armitage como o futuro rei dos anões. Mas em vez disso, o roteiro se concentra numa forma de a gente desconfiar que ele vá cair na ambição assim como aconteceu com o seu avô, mas no fim isso soa meio que artificial e não nos convence.

Mas isso tudo a gente esquece, quando finalmente Bilbo Bolseiro se encontra face a face com o dragão Smaug. Sinceramente não me lembro da ultima vez que eu vi no cinema um dragão tão perfeito e rico de detalhes, sendo que sua apresentação gradual em meio ao ouro dos anões, não é somente de uma grande beleza, como também uma verdadeira aula de como se faz um suspense quando se aproxima um perigo iminente. E para melhorar ainda mais, o gigantesco personagem tem a voz de Benedict Cumberbatch (o vilão do ultimo Jornada nas Estrelas) cuja sua voz soa imponente e se casando perfeitamente com a entidade presente.

Após isso, o filme se dirige para o grande clímax, onde Bilbo e os anões enfrentam o dragão, ao mesmo tempo é mostrado à situação dos personagens que ficaram para traz na cidade de Esgaroth e o destino de Gandalf na sua investigação. E é aí meus amigos que o cineasta entrou num dos territórios mais perigosos de sua carreira.

O que talvez mais vá incomodar, tanto o cinéfilo, como o fã de carteirinha da saga, é que o filme não tem final, sendo que ele termina de uma forma tão abrupta, que não tem como a pessoa não sair da sala do cinema furiosa e enganada. É ai que nos perguntamos se foi realmente sentado da parte do diretor em ter transformado a trama numa trilogia, sendo que muitas passagens poderiam ter sido facilmente descartadas e então, pelo menos, a saga se encaixaria melhor em dois filmes no máximo. Resta agora esperar novamente um ano, para finalmente presenciarmos o final da aventura de Bilbo boseiro e tirarmos uma conclusão se Jackson estava certo ou não em ter explorado inúmeras passagens daquele rico mundo que é a terra média.

Por enquanto, tudo está na corda bamba!


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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