sexta-feira, 24 de abril de 2015
Festival Varilux de Cinema Francês promove quarta oficina Franco-Brasileira de Roteiros Audiovisuais.
AS AULAS SERÃO MINISTRADAS POR CLAIRE BARRÉ, CORINNE KLOMP E PATRICK VANETTI E CONTA COM A COORDENAÇÃO DE FRANÇOIS SAUVAGNARGUES
A edição 2015 do Festival Varilux de Cinema Francês realizará a quarta oficina franco-brasileira de roteiros audiovisuais, de 8 e 13 de junho, no Rio de Janeiro. Com orientação de François Sauvagnargues, especialista de ficção e diretor geral do Festival International de Programmes Audiovisuels - FIPA de Biarritz, a bancada contará com os roteiristas Claire Barré, Corinne Klomp e Patrick Vanetti, diretor Conservatório Europeu de Escrita Audiovisual, escola parisiense que se tornou referência para a formação de roteiristas de TV na França.
Com foco na escrita para séries de TV, a oficina tem como objetivo dar ao participante uma visão analítica e mostrar o funcionamento da escrita de séries e ferramentas básicas e necessárias pra garantir uma boa direção artística da escrita. Unindo teoria e prática, o evento promove a troca de experiências entre palestrantes europeus, com larga experiência no ramo cinematográfico e de TV, e profissionais brasileiros, contribuindo para estimular o intercâmbio de conhecimentos e incentivar coproduções futuras entre Europa e Brasil.
As inscrições abrem na segunda-feira, dia 27, e vão até o dia 15 de maio. Serão selecionados 40 participantes que serão avaliados pelos roteiros e pelo envolvimento no mundo audiovisual. A lista dos aprovados será divulgada no site http://variluxcinefrances.com e nas redes sociais dia 22 de maio. A oficina será ministrada em francês com tradução em português.
A oficina conta com apoio da Empresa Distribuidora de Filmes S.A. – Rio Filme, da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão – ABPITV e do Conservatório Europeu de Escrita Audiovisual.
CONTEÚDO
DIA 1: Segunda-feira, 8 de Junho de 2015
Manhã: Escrevendo drama > uma escrita visual: mostrar ao invés de contar. Porque eu “preciso” e porque eu quero contar esta história? Como contar minha história? Princípio básico do drama: protagonista – objetivo – obstáculo > conflito (a essência do drama) > resposta à questão dramática. Objetivo dramático e Objetivo temático. Definição do tom (dramático versus temático). A importância do que está em risco (um conceito essencial): o que o protagonista arrisca ganhar ou perder ao longo de sua ação.
Tarde: Como mostrar ao invés de contar. Participantes escreverão cenas sem fala afim de introduzir as falhas do seu herói ou sua heroína, seus defeitos, recursos, objetivos, obstáculos... A ideia é revelar a verdadeira natureza do herói/heroína através de seu modo de superar obstáculos. Também veremos quais ferramentas podem ajudá‐lo na caracterização de seus personagens.
DIA 2: Terça-feira, 9 de Junho de 2015
Manhã: Natureza e importância dos obstáculos (internos, externos, obstáculos externos de origem interna); como criá‐los e explorá-los; a ascensão dramática. O antagonista: uma forma particular de obstáculo. Os personagens: como construí‐los, caracterizá-los, torná-los coerentes. Ação e caracterização.
Tarde: Em um novo conjunto de exercícios de escrita, os participantes vão continuar explorando a psique do seu herói/heroína, que agora vai enfrentar novos objetivos desafiadores. Os alunos terão como foco o conceito do “antagonismo”: seu herói/heroína vai encontrar seu “inimigo” e eles competirão um contra o outro (como criar um “vilão” interessante, como fazer com que ele/ela seja tão agradável quanto o herói/heroína).
DIA 3: Quarta‐feira, 10 de Junho de 2015
Manhã: Foco na estrutura de três atos. Ponto do enredo (incitar, incidente, clímax, etc..). Foco nas cenas: cada cena deve ser estruturada da mesma forma que a história completa. Como criar cenas. Equilíbrio e forças (quando começar, quando terminar) – cenas de exemplo (exibição e análise). A gramática do drama: o papel da preparação (preparação do roteirista=participação da audiência), planting & pay off, Elipse; Exploitation and milking.
Tarde: Neste terceiro conjunto de exercícios, os participantes vão aprender como construir e escrever um teaser: a ideia é entender o que mostrar, o que contar, o que esconder e como dar ao público o desejo de querer ver mais.
DIA 4: Quinta‐feira, 11 de Junho de 2015
Manhã: Ironia dramática: uma ferramenta poderosa. Definição. Como funciona (em três fases: instalação, exploração, resolução). Como e quando usar. Oposição à surpresa. Definição de suspense e mistério. Mecanismos locais (exposição, flash back e flash forward, atividade > como usar e porque).
Tarde: Neste conjunto final de exercícios, os participantes vão escrever uma série de cenas nas quais o herói/heroína é vítima da ironia dramática e/ou surpresa. Começaremos a falar sobre os diferentes projetos dos participantes, para explorarmos juntos como aperfeiçoá‐los.
DIA 5: Sexta‐feira, 12 de Junho de 2015
Manhã: Foco no diálogo, um recurso (ainda) supervalorizado. Finalidade e técnica. Como ele serve para dizer, mas também para esconder (o silêncio pode ser um diálogo). Atividade e diálogo (quando a atividade diz uma coisa e o diálogo diz outra). Os efeitos visuais e os efeitos sonoros. A metodologia na escrita: a partir do frame para o roteiro. Como construir a sua história.
Tarde: Introdução à “Bíblia”: como apresentar um conceito de série de TV em poucas páginas. A bíblia é uma ferramenta para o próprio roteirista, mas também um “dispositivo de lançamento” bem como um “dispositivo de venda”. Esta oficina irá entrar-se no conteúdo de uma bíblia (conceito, personagens, fatos recorrentes, pitch de episódio, intenções...) e também fornecerá exercícios como “Escreva o conceito de uma série de TV famosa como se fosse sua própria série”.
DIA 6: Sábado, 13 de Junho de 2015
Manhã: Exibição de um filme clássico com o propósito de identificar e analisar as ferramentas ensinadas durante a semana. Perguntas e respostas.
Tarde: Reuniões individuais com os participantes que apresentaram previamente seus projetos pessoais (séries de TV). Durante este encontro, receberão opiniões dos formadores e conselhos sobre seu conceito, afim de identificar falhas, recursos e potenciais áreas de aperfeiçoamento.
Sobre o Festival Varilux de Cinema Francês
A edição deste ano do evento, que acontece de 10 a 17 de junho, promete bater vários recordes; além do número de cidades aumentar para 50 (80 cinemas), o festival pretende chegar a todas as capitais brasileiras com as grandes novidades do cinema francês. A meta de público também cresce: a expectativa é levar mais de 110 mil pessoas aos cinemas em uma semana para assistir aos 16 filmes em cartaz, um acréscimo de 10% em relação a 2014.
Na programação já confirmada estão “Samba”, de Olivier Nakache e Eric Toledano, que já alcançou a marca de três milhões de espectadores na França; a comédia “Que Mal Eu Fiz a Deus?”, de Philippe de Chauveron, recorde de bilheteria na França em 2014, com mais de 12 milhões de espectadores; “Gemma Bovery”, de Anne Fontaine, uma divagação contemporânea sobre o romance Madame Bovary; "Papa ou Maman", de Martin Bourboulon, comédia politicamente incorreta sobre um divórcio à francesa; e "Astérix – O Domínio dos Deuses", de Louis Clichy, primeira animação em computação gráfica baseada em histórias em quadrinhos.
Sobre a Essilor/Varilux
A multinacional francesa Essilor/Varilux, que está presente desde a primeira edição do Festival Varilux de Cinema Francês há 12 anos, sabe o quanto incentivar a cultura é importante para a sociedade. Acreditando nisso, a empresa investe em diversas ações culturais, como por exemplo no Panorama de Cinema Francês, o My French Film Festival, que exibe longas e curtas-metragens franceses online e gratuitamente, e o Ópera na Tela, que exibiu filmes de ópera a preços populares. Em 2012, a Essilor patrocinou e apoiou a Conferência de Abertura da Festa Literária de Paraty (Flip), que homenageava o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Sobre Claire Barré
Formada como atriz no Cours Simon e como roteirista no CEEA inicia sua carreira na TV na série “Les Minikeums”. Foi laureada quatro vezes com a assistência à escrita do Fundo de Assistência à Inovação Audiovisual pelo órgão francês CNC – Centro Nacional do Cinema. Além de formadora em oficinas do CEEA, da FÉMIS e da Universidade Paris X, Claire atualmente desenvolve vários projetos para televisão e cinema. Em 2014 recebeu o prêmio Sopadin de melhor roteiro por seu trabalho sobre a esposa de Oscar Wilde, “Uma esposa ideal”. Recentemente publicou seu primeiro romance, “Ceci estmon sexe”, e seu segundo livro “Baudelaire, le diable et moi” foi lançado em 2015.
Sobre Corinne Klomp
É roteirista de cinema e TV, além de ser autora teatral premiada pela Fondation J.M. Bajen em 2012 como autora revelação pela obra "Une saine inquiétude". No cinema o roteiro da obra “Gueuled’Emploi”, escrito juntamente com Pierre Leyssieux, recebeu o prêmio de melhor roteiro de longa-metragem no Festival do Filme Europeu de Bruxelas em 2006. A roteirista tem um currículo extenso, composto por 12 obras cinematográficas, entre curtas, documentários, longas e séries para TV, além de diversas peças teatrais e experiências cênicas.
Sobre Patrick Vanetti
Patrick Vanetti, roteirista, diretor do CEEA – Conservatório Europeu de Escrita Audiovisual e chefe do departamento de formação de longa duração e formação profissional de curta duração no CEEA. Licenciado em estudos teatrais pela Sorbonne Nouvelle/Paris III, estreia como roteirista com a série de desenho animado “Michel Vaillant”, baseado na obra da revista em quadrinhos de Jean Graton, tendo escrito mais de 70 episódios para a série. Desenvolveu episódios de séries e filmes para TV. No cinema colaborou no roteiro de “A terra vista do céu”, de R.Delourme, a partir das fotos de Yann Arthus-Bertrand. Em 2007, ano em que é nomeado diretor do CEEA, também é laureado pelo Fundo de Assistência à Inovação do Centro Nacional de Cinema (CNC) para um projeto de série 12x52’ intitulada “V.O”, desenvolvida em 2011 sob a liderança de Gérard Carré junto à produtora Images et Compagnie para France Télévisions com o título “Fort Saïda”. Em 2010 adaptou o romance de Guy de Maupassant, “O Albergue”, sob a forma de um curta-metragem de animação de 24 minutos, produzido por Folimages e Arte France, dirigido por Izù Troin com o título “Ceux d´en Haut”. O curta-metragem recebeu inúmeros prêmios.
Fonte: Agência Febre, através de Juliana Branco e Luana Paternoster.
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