sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Abertura do IX Festival de Cinema Brasileiro em Moscou bate recorde de público com Nise.




Cerca de 800 pessoas compareceram à sessão, que teve a presença do ator do filme Augusto Madeira


A estreia não poderia ter sido melhor. O IX Festival de Cinema Brasileiro em Moscou começou nesta terça, dia 4, com público recorde. Mais de 800 pessoas estiveram no cinema Oktiabr, um dos principais de Moscou, para a sessão de abertura, que teve a exibição de Nise, O Coração da Loucura, de Roberto Berliner, e a presença do ator do filme Augusto Madeira. Terminada a sessão, o longa foi aplaudido pelas centenas de espectadores que lotavam a sala. O Festival é produzido e organizado pela Linhas Produções Culturais, com o apoio da Embaixada do Brasil em Moscou. Durante o coquetel de abertura, houve apresentação de percussão de um grupo de samba formado apenas por russos, o Samba Real.

Em seu discurso de abertura, o embaixador Antônio José Vallim Guerreiro saudou o público que lotou a sala de cinema. ”Estou há três anos em Moscou e não imaginava que pudesse haver tanto interesse dos russos pelo cinema brasileiro”, afirmou. Para Fernanda Bulhões, diretora da Linhas Produções Culturais, o cinema brasileiro vive um dos seus melhores momentos, seja na quantidade de produções – ano passado, segundo a ANCINE, o Brasil bateu um recorde na produção de longas, com 129 filmes - seja na qualidade, com tantas premiações internacionais.

De acordo com Igor Germano, chefe do setor cultural da Embaixada, o interesse pelo Brasil cresce a cada ano na Rússia. “O cinema também leva a outros interesses, a outras artes, como a própria música brasileira e o desejo de conhecer o país, nosso povo, nossa cultura”, disse.

O Festival de Cinema Brasileiro em Moscou fica até domingo na capital russa e depois segue para São Petersburgo, de 11 a 16 de outubro. São ao todo 10 longas, uma animação e dois documentários. Nise - O coração da loucura, baseado na história real da psiquiatra brasileira Nise da Silveira, interpretada por Glória Pires, também irá abrir o festival em São Petersburgo.

O filme se passa na década de 40, em um hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro, quando Nise propõe uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem de esquizofrenia, eliminando métodos violentos como o eletrochoque e a lobotomia. A obra venceu diversos prêmios, como melhor filme e Melhor atriz no 28º Festival de Tóquio (2016), Melhor longa de ficção pelo Júri Popular no Festival de Cinema Latino de Epernay, na França (2016) e Melhor filme e prêmio da audiência no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro (2015). O Festival de Cinema Brasileiro na Rússia também concede o prêmio da audiência ao melhor filme escolhido pelo público.

Após a sessão de Nise, o ator Augusto Madeira participou de um debate com o público na própria sala do cinema. Além de perguntas sobre o filme, muitos russos fizeram questionamentos sobre o momento atual da política no Brasil. Madeira, que viajou para Moscou acompanhado pela mulher Taiane de Barros, grávida de 7 meses, ficou impressionado com o calor e o carinho do público. “É uma emoção muito grande estar aqui representando este filme que marcou a vida de todos nós que o fizemos. Imagino que o público também tenha se identificado, pois é um filme que trata de resistência e libertação, afeto e arte. Temas que tocam a todos”, afirmou.

Completam o Festival os filmes Mais forte que o mundo, de Afonso Poyart; Em nome da lei, de Sérgio Rezende; Big Jato, de Cláudio de Assis; Mãe só há uma, de Anna Muylaert; De onde eu te vejo, de Luiz Villaça; Para minha amada morta, de Aly Muritiba; Real beleza, de Jorge Furtado; Muitos homens em um só, de Mini Kerti; Ponte Aérea, de Juliana Rezende; a animação O menino e mundo, de Alê Abreu; e os documentários Damas do Samba, de Susanna Lira; e Sete vidas em sete cordas – A herança russa, de Paulo Francischelli.


Fonte: Linhas Comunicação, através de Tayane Scott, Danilo Barba e Diogo Patroni.

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