domingo, 15 de fevereiro de 2015
Crítica: O Jogo da Imitação, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Infelizmente não basta ser um gênio, pois às vezes se paga um alto preço por ter tido esse dom. Assim como outras cinebiografias da temporada (como Teoria de Tudo) o dom de uma pessoa pode ser vasto, mas nem por isso deixará de passar por percalços. O Jogo da Imitação escancara que, por mais que façamos algo de bom para o próximo, sempre haverá aqueles que contra atacam de uma forma cega e preconceituosa.
Ao criar um aparelho para decifrar códigos nazistas, Alan Turing (Benedict Cumberbatch) não somente salvou milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial, como também é responsável pelo primeiro computador criado na história. Infelizmente esse importante conhecimento foi por vários anos desconhecido pelo público, devido a uma sociedade homofóbica da época, sendo que pessoas com conotação homossexual eram perseguidas e mortas injustamente durante décadas. O filme, ao desvendar a real natureza de Turing que, foi um gênio muito a frente do seu tempo, mas que infelizmente devido ao fato de ser gay, foi caçado no inicio dos anos 50 e tendo um destino trágico.
Embora pouco conhecido, o diretor norueguês Morten Tyldun soube muito bem conduzir as duas linhas de história (Segunda Guerra e início dos anos 50), para termos uma profunda analise dos fatos e sem que a gente se confunda nas idas e vindas da história. Interpretado com garra por Benedict Cumberbatch que, confere ao seu personagem uma fraqueza quase infantil, mas sem soar falso em nenhum momento, Turing tenta se agarrar ao seu talento, mas nos momentos em que precisa mais do que isso para seguir em frente, ele acaba se transformando numa vítima, perseguido por seus desejos sexuais que, aparentemente, ele mesmo não consegue entender rapidamente se comparado aos códigos da guerra no qual ele trabalha.
O filme se apoia em dois lados, entre o tempo de guerra e aquele momento em que as pessoas não são condenadas por sua ideologia em tempos difíceis, mas sim por opções pessoais que, absurdamente ganham a perseguição do estado que deveria se preocupar com outras coisas mais graves. Esse é mote principal do filme: das escolhas difíceis que envolvem a perda de milhares de vidas numa batalha, para a intervenção do dia a dia de alguém que não afeta em nenhum momento outras pessoas, mas que devido a sua opção sexual, é perseguido como se fosse um criminoso.
Com um elenco afiado (Keira Knightley novamente cumpre bem o seu papel em filmes de época) e com uma reconstituição de época perfeita, O Jogo da Imitação é um filme para ser visto por todos, até mesmo pelos políticos homofóbicos atuais que, usam a bíblia como arma, em vez de pregar uma boa e justa política. A pergunta que fica no ar é: será que ao saberem que o criador do computador era gay, esses políticos de hoje deixariam de usar os seus computadores pessoais? Definitivamente tem gente que nasce em época errada!
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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