sábado, 27 de fevereiro de 2016
Crítica: CINCO GRAÇAS, através de Marcelo Castro Moraes.
Fonte: www.google.com.br/imagens
Durante o retorno da escola, cinco irmãs decidem comemorar com amigos a chegada das férias numa bela praia próxima. Porém, o comportamento delas é visto de forma obscena, através dos olhares conservadores do vilarejo em que elas moram com a avó e um tio, cerca de mil quilômetros de Istambul na Turquia. Como castigo, as garotas passam a viver fechadas dentro de casa, aprendendo alguns trabalhos domésticos, sendo orientadas sobre a melhor maneira de se comportar, vestir-se e tendo as mãos comprometidas em casamentos forçadamente arranjados.
Dirigido pela cineasta Deniz Gamze Ergüven, Cinco Graças possui uma trama que logo de cara percebemos algo familiar nela. O filme logicamente nos lembra o já clássico ‘As Virgens Suicidas’, da cineasta Sophia Coppola, pela forma em que as crenças são retratadas aqui, como numa forma de aspirador de pó, que suga e suprime a liberdade da juventude atual. Se passando a trama na Turquia, o filme faz duras criticas ao fanatismo Islâmico e com razão. Embora seja um lugar cada vez mais aberto para o mundo, o país que, situa-se geograficamente entre Europa e Oriente, é um lugar que se divide entre o mundo contemporâneo e um passado preso a crenças e culturas que desafiam a realidade atual.
A mais jovem das irmãs é que conta a trama para nós, assim tornando-se a personagem mais interessante do elenco. Embora jovem, ela é a que mais desafia o mundo ao qual ela convive. Gradualmente, fica claro no decorrer do filme que será ela que dará o primeiro passo fora dessa realidade opressora.
No decorrer do filme, observamos o lado da juventude dessas irmãs, sejam em cenas das quais exploram os seus belos cabelos, ou, com os seus corpos empilhados, uma em cima da outra, nos transmitindo aconchego e carinho. Embora seja um drama, o filme possui alguns momentos inusitados de humor, como quando as cinco decidem irem escondidas a um jogo de futebol. Embora seja carregada de suspense, a sequência é disparado o momento mais divertido e único do filme.
Porém, no momento em que a realidade nua e crua toma forma nas vidas das cinco, imediatamente se percebe como esses poucos momentos de felicidade se tornam preciosos. Mesmo sendo turco, o filme foi escolhido para representar a França no próximo Oscar. O motivo esta relacionada ao fato do produtor ser um francês. Embora não deva ganhar a estatueta (o favorito é filme ‘O Filho do Saul’) esse pequeno filme possui todos os ingredientes para conquistar inúmeras pessoas, independente do país ao qual ele for exibido.
As Cinco Graças é um exemplo de que não se pode tirar o bem mais precioso do ser humano, ou seja, sua liberdade, pois, se isso ocorrer haverá sempre consequências para tal atitude.
Trailer
Fonte: www.youtube.com
Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.
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