sábado, 6 de fevereiro de 2016

Crítica: Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


A obra máxima de Charles Schulz (1922 – 2000) eu não a conheci pelas suas clássicas tirinhas, mas sim pelo seu desenho animado que dava nas manhãs do SBT e posteriormente na rede Globo. Porém, aquela animação respeitava a sua fonte, tanto no traço, como também as mensagens filosóficas que, poderiam sair tranquilamente de um personagem adulto, mas sai justamente de crianças cheias de imaginação. Quando eu soube que o mesmo estúdio da Era do Gelo adaptaria a obra para o cinema, eu rapidamente temi pelo pior, mas felizmente o filme é extremamente fiel ao conteúdo original. Todos estão lá e se apresentam a nós como deveriam realmente ser: Charlie Brown com falta de alto estima; Snoopy cheio de imaginação; Lucy sendo psiquiatra e esquentada; Linus um filósofo e sempre com o seu companheiro cobertor; Patty Pimentinha, Marcie, Chiqueirinho, Sally, Schroeder, Woodstock etc. Todos os nossos velhos conhecidos e que encantavam inúmeras gerações de ontem e que agora vieram para conquistar os corações da geração de hoje. Mas, estamos falando de um longa-metragem de pouco mais de uma hora e meia e nem todos os personagens tiveram tempo para serem bem explorados e serem apresentados para o público de primeira viagem. Porém, suas características continuam intactas, como no caso de Schroeder, sempre tocando o seu pequeno piano e venerando Beethoven. Mas o foco principal fica sendo mesmo em Charlie Brown, na sua luta para ser alguém melhor na vida e ter coragem de conversar com a garotinha ruiva.

Quem conhece as clássicas histórias, tanto nas tirinhas como no clássico desenho animado, se lembrar que, Charlie Brown sempre queria se declarar a garotinha ruiva, mas sempre dava o azar de algo errado acontecer e desse encontro sempre ser adiado. Esse talvez seja o grande charme do filme, de não só manter fiel aos traços e as personalidades dos personagens, como também as situações das quais eles sempre protagonizaram: escorados no muro e filosofando, jogando beisebol e futebol americano, tendo sempre os mesmos problemas da escola e, logicamente, a professora e os demais adultos que, quando falam, a gente nunca entende o que eles dizem e tão pouco aparecem de corpo inteiro. Esse é o maior legado que Charles Schulz nos deixou. Apresentar crianças das quais a gente se identificava facilmente quando éramos pequenos, mas que ainda ficaríamos nos identificando com elas na nossa fase adulta, pois os seus dilemas são algo que nos faz pensar e compreender e provando que o autor tinha uma mente muito à frente do seu tempo. O filme, em si, é um grande resumo de todo esse legado que ele nos deixou, mas criado com carinho e pensando nos novos e velhos fãs.

Porém, se há um ato falho na produção é justamente alguns momentos protagonizados por Snoopy. Não que os seus momentos em cena sejam todos ruins, pois os momentos em que ele tenta a todo custo criar um livro são hilários. O problema é quando o personagem se solta na imaginação, usando a sua casinha como avião, para então enfrentar o seu inimigo dos ares ‘Barão Vermelho’. É algo que nos já víamos nas tirinhas e no desenho, mas aqui é prolongado de tal forma, que faz esse momento do filme se tornar cansativo e atrapalhando a trama principal, que é a protagonizada por Charlie Brown.

Tirando esse deslize que poderia ter sido evitado, o filme possui início, meio e fim bem redondinho e nostálgico. Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme é uma obra para agradar as pessoas de todas as idades e uma prova de que histórias que nos encantavam no passado, podem sim funcionar e fluir perfeitamente nos dias de hoje.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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