quinta-feira, 25 de agosto de 2016
FILME INSPIRADO NO INSTITUTO BACCARELLI É RECEBIDO COM SUCESSO NO EXTERIOR.
O diretor Sérgio Machado, na estreia do filme em Madrid, Espanha. Crédito: acervo pessoal
Após lançamento internacional de “Tudo que aprendemos juntos” na França, o longa-metragem do diretor Sérgio Machado segue para Espanha, Japão e Israel
O filme Tudo que aprendemos juntos (The ViolinTeacher), dirigido por Sérgio Machado e estrelado por Lázaro Ramos, ingressou com boa repercussão no circuito comercial de cinema europeu e oriental. Após vencer a 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, pela votação do público, e de ser exibido em salas de cinema de todo o Brasil, o filme também concorre ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2016, que terá resultado em setembro. Atualmente circulando em terras estrangeiras, o filme está em cartaz na França, Espanha, Japão e Israel, e terá lançamento no Reino Unido, Alemanha, Itália, Turquia, Grécia, Romênia e Canadá. Ao passar em festivais pela Itália, o longa-metragem ganhou o prêmio de melhor filme pelo Giffoni Film Festival 2016. O júri do festival é composto por 3 mil jovens, de 45 países, e é voltado para crianças, adolescentes e famílias. “Essa recepção do filme no exterior é surpreendente e um fenômeno raro para uma obra cinematográfica brasileira”, disse Machado. Exibido recentemente no Festival JIMFF – Jecheon International Music &Film Festival, da Coreia do Sul, a obra emocionou um público com cerca de 5 mil pessoas.
A história do filme é inspirada em fatos reais sobre o início do projeto Instituto Baccarelli – instituição que, desde 1996, atende crianças e jovens da comunidade Heliópolis através de programas socioculturais, proporcionando desenvolvimento pessoal e oportunidade de profissionalização na música. “É um filme que mostra ser possível construir pontes, em um mundo que está construindo muros, e isso é o que mais tem emocionado o público estrangeiro”, afirma Machado. Entre os momentos de prestígio do longa-metragem, está à exibição no Festival de Locarno 2015, na Piazza Grande, Suíça. A obra foi escolhida para marcar o encerramento da mostra, um momento de grande prestígio em um dos festivais mais importantes do mundo, com um público estimado de 8 mil pessoas.
No longa-metragem, lançado em 2015, o personagem principal é um talentoso violinista, vivido por Lázaro, que, após uma frustrada tentativa de integrar uma orquestra, começa a dar aulas de música para uma turma de jovens na comunidade Heliópolis. Ao mudar a vida de seus alunos, o violinista transforma também a si mesmo. “O que todos querem saber é o quanto do Silvio Baccarelli – fundador do Instituto Baccarelli, tem no personagem do Lázaro, além do interesse sobre como está a Orquestra Sinfônica Heliópolis hoje”, disse o diretor sobre a recente cobertura internacional do filme.
O diretor afirma que a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Rio de Janeiro também contribuíram para aumentar o interesse sobre o Brasil: “Diante de tudo que é dito sobre a política e a economia brasileira, o filme passa a sensação de que é possível promover mudanças profundas com pouco. Por exemplo, com o dinheiro que é perdido na corrupção ou investido em medidas de segurança pública”, disse.
Na França, o filme está em cartaz desde junho e chegou a ser exibido em 72 salas de cinema. O jornal francês Le Monde Diplomatique publicou: “não vejo um filme assim desde O Regador regado (1895, Lumière), que surpreenda como o roteiro de Tudo que aprendemos juntos. Ele provoca um despertar que torna impossível traduzir em palavras o retrato do problema tão bem quanto as imagens do filme fazem”. No exterior, o longa-metragem já teve passagem pela Suíça (15 salas) e, no início de agosto, começa a ser exibido na Espanha (60 salas) e Japão (50 salas).
SINOPSE DO FILME
Laerte (Lázaro Ramos) é um violinista promissor que sofre uma crise em plena audição para uma vaga na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Ele perde a chance de trabalhar na maior orquestra sinfônica da América Latina e, frustrado e com problemas financeiros, vai dar aulas na favela de Heliópolis. Na escola, cercado por pobreza e violência, redescobre a música de forma tão apaixonada que acaba por contagiar os jovens estudantes. Tudo que aprendemos juntos é inspirado na história real do início do projeto Instituto Baccarelli, com a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, e conta a emocionante saga de um músico e seus alunos, que tiveram suas vidas transformadas pela arte.
ORQUESTRA SINFÔNICA HELIÓPOLIS
A Orquestra Sinfônica Heliópolis, um dos programas do Instituto Baccarelli, promove prática orquestral e conhecimento de repertório sinfônico a alunos avançados da instituição. Conta com Isaac Karabtchevsky como seu diretor artístico e regente titular e Zubin Mehta, como patrono.
A versatilidade do grupo permite à sinfônica transitar pelo universo da música de concerto e da música popular, mantendo alto padrão de excelência na execução das obras. Assim, já se apresentou sob a regência dos maestros Zubin Mehta, Peter Gülke, Yutaka Sado, acompanhada de Julian Rachlin, Erik Schumann, Domenico Nordio, Paula Almerares, Leonard Elschenbroich, Arnaldo Cohen, Jean-Louis Steuerman, Antonio Meneses, Ricardo Castro e de artistas consagrados como Ivete Sangalo, Milton Nascimento, João Bosco, Luiz Melodia, Lenine, Paula Lima, Toquinho, Fafá de Belém e Ivans Lins, entre outros. O grupo tocou em importantes palcos, como Sala São Paulo, Theatros Municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, Gasteig (Alemanha) e Muziekgebouw (Holanda), além de ter participado de eventos como o Festival Beethoven (Bonn/Alemanha) e Rock In Rio, com Mike Patton.
SOBRE O INSTITUTO BACCARELLI
Em 1996, sensibilizado por um incêndio de grandes proporções em Heliópolis, o maestro Silvio Baccarelli prontificou-se a ensinar música para 36 crianças e jovens da comunidade, como forma de diminuir o sofrimento das famílias atingidas e contribuir para a autoestima e possibilidade de educação desses menores. Como o bairro da zona sul paulistana não dispunha de local apropriado para as atividades, o maestro cedeu o próprio imóvel, o Auditório Baccarelli (localizado na Vila Clementino), para dar início às aulas.
Surgia, assim, o Instituto Baccarelli, uma organização sem fins lucrativos que, hoje, já em sede própria, atende anualmente mais de 1.000 crianças e adolescentes por meio de seus programas socioculturais, os quais têm como premissa pedagógica proporcionar uma formação musical e artística de excelência, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento pessoal e criando oportunidades de profissionalização na música erudita.
Para essas atividades, o Instituto dispõe de ampla estrutura, distribuída em dois prédios, onde ocorrem práticas de conjunto de 5 orquestras, 14 corais e 6 grupos de câmara, além de aulas em grupo e individuais sob a responsabilidade de 6 regentes e 60 professores.
A Orquestra Sinfônica Heliópolis (OSH), principal formação da casa, é reconhecida internacionalmente por sua qualidade artística. Composta por 65 músicos, promove o nome do bairro em todo o Brasil, impactando positivamente na identidade da comunidade e na vida dos moradores. Com direção artística de seu maestro titular, Isaac Karabtchevsky (81), a orquestra tem como patrono o maestro indiano Zubin Mehta (80), que visitou a instituição em 2005 e se encantou com o poder da música enquanto ferramenta de transformação social. Até hoje, a OSH é a única orquestra de toda a América do Sul que teve a oportunidade - e orgulho - de ser regida por Mehta.
Para a manutenção de suas atividades, o Instituto Baccarelli conta com os seguintes patrocinadores, distribuídos por categorias. Master: Petrobras; Ouro: BNDES, Vivo e Volkswagen; Prata: Banco Volkswagen, Bradesco e, Grupo Segurador BB & Mapfre; Bronze: Instituto Votorantim, Magazine Luiza e Pernambucanas.
Informações Instituto Baccarelli
Endereço: Estrada das Lágrimas, 2.317 – Heliópolis, São Paulo/SP
Horário: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 20h30; Sábados, das 8h30 às 15h30.
Contatos: (11) 3506-4646 ou pelo email comunicacao@institutobaccarelli.org.br
Fonte: Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo, através de Ana Luísa Almeida.
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