
Com enredo que se passa na África do Sul ainda assombrada pelos ecos do apartheid, obra premiada apresenta thriller com doses precisas de violência e obscuridade
Ali Neuman, personagem central da história, é oriundo do bantustão de KwaZulu – um dos territórios destinados à população negra durante o regime segregacionista. Ainda criança, teve que fugir da perseguição promovida pelas milícias do Inkatha, que guerreavam contra o clandestino ANC (Congresso Nacional Africano), de Nelson Mandela. Ambientada em uma África do Sul dividida e conturbada por anos de apartheid racial, deparamo-nos com as contradições da democracia embrionária do país.
Ali é um homem que precisa deixar o passado para trás e recomeçar uma nova vida. Ele se formou em direito e chegou ao respeitado cargo de chefe da polícia criminal da Cidade do Cabo, a “vitrine” da África do Sul. Entretanto, seu trabalho o obriga a lidar com algumas questões centrais: a aids, a violência extrema e o tráfico de drogas. A situação se agrava quando a filha de um ex-campeão nacional de rugby da elite branca é encontrada cruelmente assassinada no Jardim Botânico de Kirstenbosch. Ao que tudo indica, uma droga de composição desconhecida parece ser a causa do homicídio, e ele opta por fazer uma investigação paralela.
Brian Epkeen, o hábil, porém rebelde, tenente da equipe, e o jovem Dan Fletcher, braço direito de Neuman, são designados para desvendar o crime, ficando no encalço do assassino. Entretanto, eles não têm a menor ideia de onde estão se metendo, uma vez que embora o apartheid tenha acabado oficialmente, velhos inimigos continuam agindo à sombra da nova ordem estabelecida. Esse é um enredo de personagens atormentados e multifacetados que se mostram realistas para quem se dispõe a embarcar em uma trama permeada por muito sangue, crime organizado e o racismo latente de um continente que esboçava a construção de uma sociedade igualitária.
O jornal britânico The Guardian afirma em crítica que “Os leitores de Zulu encontrarão raros intervalos de alívio, mas aqueles que perseverarem serão brindados com uma história de primeira”. O livro ganhou as telas dos cinemas em 2013 com o ator Forest Whitaker no papel principal e Orlando Bloom, vivendo o personagem Brian Epkeen, com a assinatura do diretor Jérome Salle.
Sobre o autor:
Caryl Férey nasceu em 1967 em Caen, França. Estreou em 1994 pela editora Balle d’Argent com o título Avec um ange sur lês yeux (Com um anjo sobre os olhos) e quatro anos depois publicou Haka, seu primeiro sucesso de público. Escreve também para crianças e músicos no teatro e no rádio. Obteve prêmios importantes com diversas obras, mas foi com Zulu que obteve as maiores láureas do gênero romance policial na França: Grand prix de littérature policière 2008, Prix Mystère de la critique 2009 e Grand Prix du Roman Noir Français 2009.
Serviço:
Zulu
Autor: Caryl Férey
Tradutor: Fernando Scheibe
Preço: R$ 39,90
Páginas: 304
Formato: 16 x 23 cm
Editora Vestígio – 2015
Fonte: Grupo Autêntica, através de Giulia.
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