domingo, 20 de setembro de 2015

Crítica: NOCAUTE, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


O boxe é sem sombra de dúvida o esporte mais bem sucedido dentro da história do cinema. Filmes como O Campeão, Rocky, Touro Indomável e Menina de Ouro, são bons exemplos, aonde os protagonistas buscam sua redenção particular dentro dos ringues. Porém, surge o problema de sempre, o da falta de criatividade que hoje assola o cinema de Hollywood, sendo que, não adianta usar uma fórmula de sucesso, quando começa a soar em nosso cérebro a sensação de que esse filme nós já assistimos antes.

Não que Nocaute, o mais novo trabalho do cineasta Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) seja um desperdício, muito pelo contrário, pois ele consegue já no primeiro minuto obter a nossa atenção e isso se deve somente a uma pessoa: Jake Gyllenhaal. Se a maioria do público ficou impressionada pelo desempenho e mudança de físico desse ator em O Abutre no ano passado, irá então se impressionar ainda mais com a mudança física vista agora nesse filme, onde nem de longe lembra aquele diabólico personagem e caçador de furos jornalísticos.

Mas, mudança de físico só não basta para ter um bom desempenho, mas nisso Gyllenhaal entende. Embora o seu personagem seja um verdadeiro campeão nesse esporte, se percebe que ele não sabe fazer mais nada na vida a não ser lutar dentro do ringue. Com isso, o seu lutador Hope nos é apresentado como um ser incontrolável que, não mede esforços para vencer, mesmo não percebendo que está aos poucos se deteriorando por agir assim.

A situação é somente amenizada graças à presença de sua filha e esposa (Rachel McAdams, de Sherlock Holmes) que consegue amenizar a fúria que se encontra dentro da fera. Infelizmente uma tragédia abala o universo desse boxeador, lhe fazendo perder tudo e recomeçar do zero. Infelizmente, quando era para o filme ficar mais emocionante e interessante a partir desse ponto, eis que a previsibilidade entra em cena no roteiro e fazendo com que já tenhamos uma ideia de como tudo isso irá terminar.

Talvez não seja o problema de não haver um fator surpresa no roteiro que acaba não nos impressionando, mas na forma como ele vai sendo nos apresentado é o que o torna meio sem sal. Bom exemplo disso é a presença de Forest Whitaker (O Ultimo Rei da Escócia) que, mesmo nos brindando com uma boa interpretação, acaba não ajudando muito na situação, pois os seus conflitos e os motivos que o levam em querer treinar Hope, para que ele volte ao topo, são nos apresentados de uma forma muito econômica e que se não fosse por isso renderia bons momentos na trama. Falando de economia, dá para perceber que Antoine Fuqua teve certo receio de ser comparado a outros filmes do gênero como Rocky, pois as cenas em que Hope é treinado passam voando na tela, o que de nossa parte acaba não gerando empolgação para com o filme.

Contudo, as cenas de lutas no ringue nos rendem bons momentos, aonde a montagem frenética, embalada com uma boa trilha sonora de hip hop contorna o problema de nós já sabermos como tudo isso irá acabar. Quando o filme acaba, nos sentimos satisfeitos, mas ao mesmo tempo conscientes do que tudo que nos foi apresentado poderia ter sido muito melhor. Nocaute talvez venha a ser lembrado como um filme que tinha tudo para se tornar uma grande obra, mas que faltou um pouco mais de coragem da parte dos realizadores.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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