sexta-feira, 4 de setembro de 2015
LEE RANALDO, EX- SONIC YOUTH É ATRAÇÃO DA 9ª EDIÇÃO DO MÊS DA CULTURA INDEPENDENTE.
Lee Ranaldo + The Dust | Foto: Lorenzo Scaldaferro
Shows nacionais e internacionais, em espaços culturais e ao ar livre, mostras de cinema, intervenções, cursos, debates e oficinas ocupam diversos espaços públicos da cidade ao longo do mês de setembro
Realizado desde 2007, o Mês da Cultura Independente (MCI) chega à sua 9ª edição com muitas atividades em diversos pontos da cidade ao longo do mês de setembro. Inicialmente realizado no Centro Cultural da Juventude, hoje o evento é promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e chega a diversos centros culturais e áreas ao ar livre, como praças, parques, e ruas.
Seguindo a linha curatorial dos últimos anos, a programação parte do princípio da diversidade, incluindo shows com músicos brasileiros e internacionais, performances, oficinas e mostras de cinema. Todas as atrações têm em comum sua realização de forma independente e acontecem em diversos locais da cidade de São Paulo, promovendo uma ampla ocupação do espaço público.
O grande destaque desta edição é o músico Lee Ranaldo, ex-guitarrista da banda norte-americana de pós-punk Sonic Youth. Ranaldo, que esteve no Brasil em 2013 apresentando seu projeto com o grupo The Dust, volta para um show gratuito, também com a banda, no Largo da Batata, em Pinheiros. A abertura fica por conta dos músicos brasileiros do Cidadão Instigado. As apresentações acontecem no dia 26, a partir das 19h.
Assim como na edição do ano passado, as ruas do Centro Histórico da cidade serão palco para coletivos atuantes em diversos segmentos se encontrarem no SP na Rua para uma contemplação lúdica de ruas e lugares históricos. Durante a madrugada até o sol raiar, haverá várias pistas de dança ao ar livre, além de palestras, instalações e intervenções artísticas entre as ruas São Bento, Álvares Penteado e XV de novembro. Entre os coletivos estão: Calefação Tropicaos, Metanol, Voodoohop, Selvagem + Festa Mel, Jazz na Kombi, SSEX BBOX, Free Beats, Venga-Venga!, Bike System, Creative Commes, Tsunami Coletivo + Lâmina, Vaca de Galáxia e Na Quebrada + Ocupa PL.
Depois de Idas e vindas, a clássica RZO apresenta-se no dia 07, CFCCT, na Cidade Tirandentes; Sandrão, Helião, Negra Li, DJ Cia e Calado se reuniram novamente em 2014 e voltaram ás ruas. A abertura fica por conta das bandas Apocalipse Urbano e Fantasmas Vermelhos.
Noite clássica do MCI, o Cinetério exibe filmes de suspense, dentro do Cemitério da Consolação, a partir das 22h. A mostra conta com os longas “Amantes Eternos”, de Jim Jarmusch, com direito a trilha sonora do holandês Josef Van Wissen, “Deixa Ela Entrar”, direção de Tomas Alfredson e o austríaco “Boa Noite, Mamãe”, de Severin Fiala e Veronika Franz.
Uma novidade desta edição é o Música nas Alturas, projeto que leva uma série de concertos de jazz e improvisação instrumental para o terraço no topo do Edifício Martinelli, na região central. A abertura ocorre no dia 16, com show do compositor holandês Jozef van Wissen e seu som minimalista construído com alaúde. Na semana seguinte, dia 19, o destaque é o pernambucano Vitor Araujo, que reconhecido por unir a música popular e o erudito. Nos dias 23 e 26, os ingleses Trevor Watts e Veryan Weston fazem um duo de saxofone e piano, apresentando o melhor do improviso no jazz. O encerramento fica por conta do saxofonista, clarinetista e compositor dinamarquês Lars Greve, que mostra, no dia 30, faixas de seu álbum “Breidablik”, totalmente baseado na improvisação.
Ainda tendo em vista a ocupação do espaço público, o projeto Centro Aberto no Largo São Francisco contará com shows, sessões de cinema e karaokê, transformando a área em um centro cultural a céu aberto. Entre os destaques, dia 10, será exibido o filme “Sabotage: O Maestro do Canão”. No dia seguinte, é a vez da diva Shanawaara apresentar o Xuxu Karaokê, tradicional point LGBT da década de 2000. No dia 19, apresentam-se no local artistas de diversos países em um único encontro de música eletrônica e global bass: a Grave Mundial. As atrações programadas são o norte-americano Maga Bo, o “eletrônico-tropical-extra-terrestre” dos argentinos do Frikstailers, o DJ norte-americano Chief Boima, além dos DJs residentes Dago e Viní. Já no dia 20, é a vez dos argentinos do Fauna, com ritmos que mesclam cumbia, dubstep e kuduro; e do Mexican Institute of Sound (IMS), com música eletrônica regada de folclore latino-americano.
Para encerrar, dia 25, um dos mais tradicionais festivais de música indie do país, o Bananada traz a Bananada Showcase para São Paulo. No line up, o DJ Lucas Manga, além das bandas Carne Doce, Hellbenders, além do show conjunto dos Boogarins + O Terno.
A angolana Titica, símbolo do kunduru em seu país é uma das principais convidadas do MCI. Ela apresenta-se no dia 12, às 20h, no Largo do Arouche. No dia seguinte, a partir das 12h, também apresenta-se ao lado do intérprete e músico haitiano BélO e o rapper brasileiro Dexter no projeto Glicério Para a Vida, na Praça Doutor Mário Margarido, s/n, Glicério. O evento também conta com a participação do Batuq do Glicério, Escola de Samba Lavapés, Rapper JG, Di Função, DJ Xand.
No dia 17, às 19h, acontece, ainda, o lançamento do documentário “23”, dirigido por Pedro Bayeux. Ao longo dos meses de dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, a avenida 23 de maio recebeu uma intervenção artística de grafitti com extensão de 5,4 quilômetros, o que pode ser considerado o maior mural a céu aberto deste tipo na América Latina. Pedro registrou e acompanhou todo esse trabalho, que será agora exibido neste vídeo inédito. O encerramento da sessão de exibição será com a Discopedia, que traz os DJs Dandan, que já tocou com Criolo e Nyack, que se apresenta com Emicida.
No dia 18, às 19h, A Casa Brasilis misto de loja de vinil e bar de São Paulo, traz também a sua programação ao Largo São Francisco. A noite começa coma festa Veraneio, com Laylah Arruda, Laura Mercy e Rafa Jazz. Na sequência, é a vez dos DJs Komodo e Peu Araújo da festa Rabo de Galo. Logo depois, o rapper Ogi faz o show de pré-estreia do seu CD “Rá!” e, quem fecha a noite, é a Beat Brasilis, a batalha de beatmakers que fez fama na casa.
A já tradicional festa do rap, 100% Favela, que mais uma vez será realizada com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, acontece no dia 5, no Capão Redondo. Nesta edição, sobem ao palco Mano Brown, Ferréz, Facção Central, Negredo, Rincon Sapiência, Detentos do Rap, Rosana Bronks, Yzalú, entre outros convidados.
Dentro da Semana de Mobilidade da Prefeitura de São Paulo, o projeto Música nos Terminais traz artistas independentes tocando ao vivo nos terminais de ônibus da capital, com shows de norte a sul. São eles: Picanha de Chernobill (dia 21), Caju e Castanha (dia 22), Lei Di Dai (dia 23) e Bagunço (dia 24).
No dia 19, na Biblioteca Paulo Duarte, a partir das 18h, acontece o Noitão Cultura Negra, onde o rapper Thaíde se apresenta ao lado do angolano Pitshu, Lai Di Dai e o projeto Samba Rock Jabaquara, responsáveis por promoverem vários encontros na Zona Sul de São Paulo com muita música Black, além do Jahmaiquara Sound System que comemora quatro anos de existência e disseminação da cultura jamaicana.
A banda punk Ratos de Porão e a de hard core Mukeka di Rato se encontram em dois dias da programação do mês: dia 26, no Tendal da Lapa, a partir das 19h, e dia 27, no CEU Perus, a partir das 15h.
Durante todo o mês, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) recebe coletivos convidados a criar uma programação durante um dia do evento, no encontro Coletivos no CCSP – Música Instrumental. Shows de curta duração, jam sessions, rodas de choro, ações interdisciplinares, além de palestras e bate-papos reúnem tantas vertentes quanto o termo “instrumental” pode abarcar, como choro, samba-jazz, música eletroacústica, improvisação livre, rock, jazz e big band. Entre os convidados estão os coletivos NME, Rejunte, Abraza e Post e Jazzco e Speaking Jazz.
O Centro Cultural São Paulo (CCSP) exibe, entre os dias 9 e 24, a Mostra Internacional de Cinema Independente. A programação traz o panorama de uma nova geração de cineastas e filmes que tiveram pouca visibilidade. Nesta edição, ocorrem o foco especial latino e pequenas retrospectivas. Além das sessões nas duas salas de cinema do CCSP, haverá outras ao ar livre, no Jardim Suspenso, e debates com Andre Novaes e com a produtora Diana Almeida. Já nos dias 19 e 20, acontece o Ugra Zine Fest, festival voltado ao universo dos zines e publicações independentes impressas. O evento promove atividades diversas sobre o tema, entre elas, exposição, oficinas, debates, shows, feira de publicações, bate-papo e sessão de autógrafos com os artistas.
Ainda no Centro Cultural São Paulo, acontecem os shows: PixSons, projeto que une imagem e música, no dia 10; Como homenagem ao compositor e arranjador Moacir Santos, o CCSP recebe, no dia 17, o grupo Quartabê, com referências que vão do free jazz escandinavo ao afrobeat e, dia 24, Sizão Machado, contrabaixista reconhecido nacional e internacionalmente por suas atuações ao lado de Elis Regina, Chet Baker, Cesar Camargo Mariano, Dori Caymmi, entre muitos outros. A convite do Instituto Goethe, a sala Adoniran Barbosa recebe, no dia 19, a banda alemã Raggabund, misturando dancehall-raga, latin beat, hip hop e outros ritmos.
O MCI 2015 fecha os trabalhos com uma festa de encerramento no Parque da Luz, no dia 27, das 14h às 19h. Espalhada pelos coretos e espaços do parque, a programação traz a cumbia gótica colombiana do La MiniTk de Miedo, o afrobeat do Bixiga 70, a latinidade do Espetacular Charanga do França, a cantora Ava Rocha, a trilha suave de SP Sunset, a eletrônica orgânica de Erica Alves, o chaoscore de Retrigger, os australianos do The Bird e o Karaokê na Praça.
Fonte: Agência Lema, através de Leandro Matulja, Letícia Zioni e Larissa Marques.
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