domingo, 25 de outubro de 2015

Crítica: A Pele de Vênus, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


A Pele de Vênus é uma adaptação da peça escrita por David Ives (co-roteirista com Polanski), que por sua vez é inspirada no livro de Leopold Von Sacher-Masoch. Começa com uma câmera em primeira pessoa adentrando um velho teatro de Paris, ou seja, colocando o espectador literalmente dentro daquele ambiente. Em seguida vemos Vanda (a ótima Emmanuelle Seigner, esposa de Polanski) chegar atrasada para uma audição de uma peça homônima ao título do filme e encontrar Thomas (Mathieu Amalric), o diretor estreante da mesma. Ele já está de saída e num primeiro momento recusa-se a assistir ao teste da moça, porém após muita insistência ela acaba conseguindo sua atenção, e com isso os dois acabam entrando em um tipo de jogo masoquista, onde realidade e interpretação confundem-se.

É basicamente isso, sendo somente dois personagens e uma locação ao longo de 96 incríveis minutos, algo que é muito bem parecido, visto em O Deus da Carnificina que também pertence ao diretor. Polanski é habilidoso mostrando todo seu domínio sobre a mise-en-scène, definição que engloba o posicionamento do que se encontra em cena, coisa fundamental em qualquer filme, mais ainda quando ele se passa em um teatro. Repleto de humor negro, o roteiro deixa um final aberto a inúmeras interpretações, o que torna a experiência das mais imprevisíveis. Ao extrair as interpretações e dirigir os atores, o diretor contradiz a idade que tem e algo sublime e original. Obviamente os atores têm os seus méritos, mas a mão de Polanski é que diz tudo e cria sua própria magia cinematográfica. Ele os guia de maneira perfeita, mostrando sempre como devem se portar e indicando quais sentimentos os personagens trazem consigo em determinados momentos.

A Pele de Vênus não é um filme para qualquer um, mas é de uma maestria enorme em sua realização. Um diretor que transcende sua idade na temática do filme, que sabe como lidar com situações adversas, fazendo tudo isso com extrema elegância, merece ser chamado de um dos gênios do cinema.



Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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