sexta-feira, 9 de outubro de 2015
A ousadia de Werner Schroeter é tema de retrospectiva no XI Panorama.
Realizador de filmes extremamente pessoais e sem concessões ao cinema narrativo, o diretor alemão Werner Schroeter (1945-2010) é tema de uma retrospectiva no XI Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece de 28 de outubro a 04 de novembro, em Salvador e Cachoeira. A mostra reúne dez filmes do cineasta que antecipou as instalações multimídias, inserindo telas múltiplas e colagens no seu trabalho ainda no final dos anos 1960.
Dessa época, a mostra exibe Argila e Eika Katappa, filmes marcados pela experimentação. No primeiro, o diretor apostou em uma projeção dupla, unindo uma cópia muda em preto e branco com outra colorida e sonorizada. O segundo é o longa inaugural de Schroeter, definido por ele como “uma coleção de associações de imagens e sons do mundo em que vivo”. A retrospectiva é uma parceria do Panorama com o Goethe-Institut /ICBA, apoiada pelo Filmmuseum München.
Diversificando estilos, ele produziu algumas de suas obras mais conhecidas na década de 70, caso de A morte de Maria Malibra (imagem acima) livremente inspirado na vida de uma meio-soprano que conquistou Rossini e Bellini com sua voz e beleza. Nessa fase estão o surrealismo de Willow Springs, o olhar sobre o nazismo de Piloto de Bombardeio, e o ensaio cinematográfico de O Anjo Negro. O período é representado ainda por Os flocos de ouro, longa ambientado em uma Cuba imaginária (rodado na França) e falado em vários idiomas.
Dos anos 1980, marcados pela inserção de uma vertente documental no cinema de Schroeter, o Panorama traz Sobre a Argentina, documentário no qual compara as informações oficiais publicada durante a ditadura com depoimentos de vítimas e famílias de desaparecidos. A programação se completa com O concílio de Amor e O dia dos Idiotas.
O Panorama é uma realização da produtora Coisa de Cinema em parceria com o Cineclube Mário Gusmão, projeto de pesquisa e extensão da UFRB. Com apoio de mídia do jornal Correio, o festival é patrocinado pela Petrobras e pelo Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura.
Fonte: Assessoria de imprensa da Quarta Via Comunicação, através de Jane Fernandes.
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