quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Philos estreia em outubro série com direção de João Barone sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.


Foto: Alberto Arioli e Barone ‘arquivo pessoal’ (crédito: Verônica Peixoto)


Baseado em livro homônimo do escritor e baterista dos Paralamas do Sucesso, programa traz cenas gravadas na Itália, além de imagens de arquivo e entrevistas com personalidades e ex-combatentes


Ao longo de 2015, o mundo celebrou os 70 anos do término do conflito mais sangrento da História: a Segunda Guerra Mundial. Apesar de pouco difundida, a participação brasileira na guerra foi importante para o desenvolvimento do país. Para abordar o tema, o Philos lança em outubro a série 1942 – O Brasil e sua guerra quase desconhecida, com direção de João Barone, escritor e baterista dos Paralamas do Sucesso. Interessado no assunto, Barone passou décadas dedicado à pesquisa do Brasil daqueles tempos, além de percorrer os mesmos cenários desbravados pelas tropas nacionais em combate na Itália para escrever o livro que inspirou a série, lançado em 2013. Dividida em quatro episódios, a segunda produção criada especialmente para o serviço de video on demand da Globosat vai mostrar cenas gravadas na Itália, além de imagens de arquivo e entrevistas com personalidades, historiadores, jornalistas e ex-combatentes. “O desafio de fazer a série a partir do livro foi manter sua linha mestra de jornalismo histórico e tirar este tema do arcabouço onde ficou guardado por décadas”, conta Barone.

Pracinhas – apelido dado aos soldados da Força Expedicionária Brasileira – durante a Segunda Guerra Mundial, Antônio Inham, Alberto Arioli, João Moreira, Juventino da Silva, Osias Machado da Silva, Amerino Raposo Filho e Newton La Scaleia contam suas experiências sobre a convocação para a guerra e os combates que participaram. Barone registrou vários momentos e cerimônias na Itália em honra aos soldados brasileiros, em especial, pelas três grandes vitórias da FEB em Monte Castello, Montese e Fornovo di Taro. “Acompanhei o retorno pela primeira vez desde o fim da guerra destes pracinhas com mais de 90 anos. Foi emocionante entrevistá-los e presenciar as homenagens que receberam da população local”, lembra Barone.

O programa ainda traz entrevistas com os jornalistas e escritores Pedro Bial, Arthur Dapieve, William Waack, Marcelo Monteiro, o renomado escritor Luiz Fernando Veríssimo, o humorista Marcelo Madureira, o diplomata Jorge Carlos Ribeiro, o imortal da Academia Brasileira de Letras Marco Lucchesi, o cantor e compositor Jorge Mautner, o professor do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF Vágner Camilos Alves, o diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha Armando de Senna Bittencourt e o historiador militar Durval Lourenço Pereira. “Para compor o programa, convidei pessoas conhecidas que se interessam pelo tema, outras que foram testemunhas e vivenciaram aqueles tempos, mais além dos ex-combatentes. Jorge Carlos Ribeiro (pai de Bi Ribeiro, companheiro de Barone nos Paralamas do Sucesso) estava morando em Berlim em 1940 com os pais, quando o Brasil rompeu com a Alemanha e a família teve de voltar”, lembra Barone. “Já Bial é filho de judeus convertidos que fugiram do Holocausto. William Wack foi correspondente de guerra em conflitos recentes e escreveu As duas faces da glória, sobre os soldados da FEB”, completa.

A série é dividida em quatro episódios que contam de forma cronológica a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Tal como no livro homônimo, Barone recria o contexto da época e derruba alguns mitos, revela curiosidades e casos surpreendentes, sempre permeados por depoimentos dos ex-combatentes e personalidades que de alguma forma vivenciaram a guerra, como testemunhas da época ou por conta do legado e das marcas que o conflito deixou. O programa conta também com uma cuidadosa pesquisa de imagens de arquivo que entrega algumas surpresas: filmagens do encontro entre Vargas e Roosevelt em Natal (RN), cenas do submarino italiano que fez o primeiro ataque em nossos mares e do seu comandante, nascido em São Paulo, além de uma inédita filmagem colorida dos aviadores brasileiros do esquadrão Senta a Pua, em ação na Itália.

O primeiro episódio, Os ventos da guerra chegam ao Brasil, recria o contexto histórico e o flerte do governo Vargas com o fascismo antes da decisão de apoiar os Estados Unidos, em 1942. O segundo episódio, Em nome da Pátria, mostra os preparativos do Brasil para participar da guerra. O terceiro, Sangue em combate, conta as experiências dos brasileiros sob fogo, em campo de batalha. O último capítulo, Vitória, paz e esquecimento aborda as grandes vitórias da FEB nos momentos finais da guerra, o retorno para casa e o posterior esquecimento da participação brasileira no conflito.


Barone e a Segunda Guerra

O interesse de Barone pela história da Segunda Guerra vem desde a infância. O fato de seu pai, João de Lavor Reis e Silva, ter sido um dos 25 mil pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), aguçou sua curiosidade sobre o conflito: “queria saber mais sobre aquela experiência radical que ele vivenciou e que não costumava recontar, assim como os desdobramentos da guerra na História nacional. Ao longo dos anos, pude comprovar que todos que tomam conhecimento desta história do nosso país e de nossa gente, não deixam de se surpreender e mesmo de se emocionar”.

Barone já produziu e participou de vários documentários e programas sobre a Segunda Guerra: Um brasileiro no Dia D (2006) e O caminho dos heróis (2014). Escreveu crônicas e dois livros sobre o tema, sendo o primeiro intitulado A minha segunda guerra (2009). Homônimo à série, 1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida (2013), leva o leitor aos tempos em que o Brasil declarou guerra ao Eixo, para assim compreender os fatos e suas consequências, compondo um quadro abrangente sobre tudo que diz respeito ao envolvimento e participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Quanto à nova série: “Ainda existe muita coisa interessante para se explorar acerca do Brasil na Segunda Guerra, mas estou certo de que esta nova série vai quebrar um paradigma, vai tirar este tema definitivamente do gueto em que esteve escondido do grande público. Nossa História merece”, afirma entusiasmado.


Fonte: APPROACH COMUNICAÇÃO INTEGRADA, através de Melina Nascimento e Renata Ramos.

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