domingo, 23 de março de 2014

Dublês e efeitos digitais completarão o papel de Paul Walker em Velozes 7.




Com as filmagens recomeçadas em Velozes & Furiosos 7, agendado para chegar aos cinemas em abril do ano que vem, a ausência de Paul Walker, morto num acidente em 30 de novembro do ano passado, começa a ser solucionada pelo estúdio e pelos realizadores do filme. Em janeiro, seguindo a tragédia e a pausa nas filmagens do longa dirigido por James Wan, a Universal anunciou que o personagem de Walker, Brian O’Conner, seria “aposentado” ao fim do sétimo filme da série, e que ela não seria encerrada. Agora o NY Daily News reporta que o estúdio usara quatro dublês com porte físico semelhante ao ator como base para seus movimentos – seu rosto será duplicado por efeitos digitais.

Mas, sério, a tecnologia já chegou lá?

Paul Walker havia completado metade de sua participação no filme, e como protagonista (ao lado de Vin Diesel), sua morte deixou os produtores com uma batata quente em mãos. Cancelar o filme seria a opção improvável: com 2,4 bilhões de dólares em caixa desde o primeiro filme, lançado em 2001, Velozes & Furiosos transmutou-se em uma das “franquias” mais rentáveis para o estúdio. Com a reinvenção do conceito da série com o quinto filme (saem às corridas urbanas, entra um elaborado “filme de roubo”), o público reencontrou interesse em acompanhar Diesel, Walker e um elenco que agora inclui Dwayne Johnson pilotando carrões em perseguições espetaculares – tudo por um preço.


Paul Walker e Vin Diesel em cena de Velozes & Furiosos 7


As opções se reduziram a reescrever e refilmar o sétimo filme, excluindo o personagem de Walker (em uma frase George Clooney explicou a ausência de Julia Roberts e Catherine Zeta Jones de Treze Homens e Um Novo Segredo, então a coisa seria fácil), ou seguir em frente, refazendo o plot, usando o material já gravado com o ator e completando suas cenas com alguma solução tecnológica – aparentemente foi à opção escolhida. Mas, apesar do avanço dos efeitos digitais, a figura humana continua sendo um truque complexo para tirar da cartola. Em Homem-Aranha, de 2002, o rosto digital de Peter Parker digital (ao menos parte dele não coberta pela máscara de seu primeiro traje) parece feita de plástico. Corta para 2010, e Tron – O Legado rejuvenesceu Jeff Bridges de forma estranhamente artificial – dada a natureza do filme, ainda seria justificável. No caso de Velozes & Furiosos 7, qualquer esquisitice feita com o visual de Paul Walker revelaria a ilusão em um piscar de olhos, distraindo a plateia de qualquer outra coisa que esteja em cena.

Uma máscara digital, usando performances anteriores de Walker para inseri-lo no filme, pode ser o caminho escolhido pelo diretor James Wan (em sua primeira incursão no universo de Velozes & Furiosos). Foi assim que Lars von Trier criou a ilusão de ter seu elenco em cenas de sexo explícito em Ninfomaníaca – ninguém tocou em ninguém, e sim dublês da indústria pornô com o rosto de Shia LaBeouf e cia. por cima dos seus. O respeito por Paul Walker e por seu trabalho certamente não passará ao largo de preocupações financeiras do estúdio: Vin Diesel, também produtor da série, jamais deixaria que a memória de alguém que ele considerava seu irmão fosse maculada. Mas a gente só confere na prática em pouco mais de um ano. Para o bem ou para o mal, é mais um motivo para o público lotar os cinemas e conferir o sétimo Velozes & Furiosos.


Fonte: http://robertosadovski.blogosfera.uol.com.br

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