sábado, 18 de outubro de 2014

Crítica: ANNABELLE, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Em 1968, Roman Polanski havia dirigido O Bebê de Rosemary (segunda parte de sua “trilogia dos Apartamentos”, iniciada com Repulsa do Sexo e encerrada em O Inquilino), em que uma mulher grávida (Mia Farrow) suspeita da possibilidade de dar a luz ao próximo anticristo. A esposa do diretor, Sharon Tate (que estava grávida de oito meses do primeiro filho do casal) foi assassinada brutalmente numa seita demoníaca no dia 9 de agosto de 1969 por integrantes da Família Manson, liderada por Charles Manson, num dos mais famosos e bárbaros crimes da história criminal dos Estados Unidos. Portanto, assistir o início do filme Annabelle me fez recordar desses eventos ocorridos no final dos anos 60 com Polanski, sendo que aquela época estranhamente havia muitos casos parecidos e que ainda hoje são inexplicáveis.

Derivado do grande sucesso de público e critica que foi Invocação do Mal, a figura da boneca Annabelle já naquele filme demonstrava potencial para estrelar um longa-metragem só seu e embora não seja dirigido pelo mesmo cineasta, John R. Leonetti e que pelo visto fez sua lição de casa e aprendeu com James Wan (Sobrenatural 1 e 2) como se faz um bom filme de terror, inspirado naqueles de antigamente. É claro que os fãs da obra de Wan sentiram muita saudade do simpático casal paranormal do filme anterior, interpretados respectivamente por Vera Farmiga e Patrick Wilson. Porém, se os atores Annabelle Wallis (você leu direito sim) e Ward Horton, se por um lado não superam os seus antecessores, por outro também não atrapalham o resultado final.

Interpretando um casal recém-casado, ambos estão esperando o nascimento de sua filha. Ao mesmo tempo surge em suas vidas uma boneca parecida com que a esposa tinha no passado. Em meio a isso, (meio que sem querer), acabam testemunhando um crime bárbaro e que remete aos casos de seitas demoníacas que rolavam no final dos anos 60.

Os minutos iniciais do filme já dá uma bela dica do que estará por vir e os fãs de Invocação do Mal não ficarão nenhum pouco decepcionado. Pode-se dizer que todas as formulas de sucesso vistas no filme anterior estão lá: cadeiras se mexendo, portas rangendo, sequências de cenas sem cortes, vultos em corredores e luz e sombras brincando com a expectativa do cinéfilo que assiste. Tudo isso muito bem moldurado em cenas que não há apelação nenhuma aos efeitos visuais e tão pouco ao sangue.

Pode-se dizer que os mais recentes filmes de terror estão recorrendo a fórmulas antigas de como se fazia uma obra desse gênero e pelo visto, velhos métodos sendo bem dirigidos nunca se desgastam. Pegamos um belo exemplo da cena da máquina de costura que entre corta com a cena da cozinha: o diretor foca o dedo da protagonista e a agulha em movimento e mesmo a gente sabendo que ela vai se machucar, a tensão começa a correr em nossas veias, pois a montagens de cenas muito bem dirigidas faz a diferença.

Mas, quem espera a famigerada boneca sendo vista durante o tempo todo em cena pode se decepcionar um pouco. O caso é que ela é apenas um fantoche (ou recipiente) ou simplesmente um cartão de visitas, para a vinda de forças sobrenaturais que ficam em volta do casal e do seu bebê o tempo todo. Claro que quando ela surge simplesmente rouba a cena e sua presença já está mais do que registrada na galeria de monstros dos filmes de terror de qualidade.

Claro que nada é perfeito, sendo que o ato final passa a sensação de que tudo foi corrido demais para solucionar os conflitos da trama. Isso sem contar o fato de já termos uma ideia sobre o destino da boneca, pois quem já viu Invocação do Mal, sabe que essa trama é anterior aquela historia. Apesar desses deslizes, felizmente o saldo é mais positivo do que negativo.

Com elenco que conta ainda com as participações de Alfre Woodard, Tony Amendola e Eric Ladin, Annabelle veio aterrorizando e cumprindo o que promete. Mas caso aja mais sequências, é de se torcer para que ela não caia na vala de continuações dispensáveis como aconteceu com a sua cara metade Chucky.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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