segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Crítica: ATÉ O ÚLTIMO HOMEM, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Embora tenha tido uma carreira sólida como ator e cineasta durante anos, Mel Gibson experimentou na última década uma carreira em decadência. Após dirigir o seu quarto filme (Apocalypto, 2006), o astro abusou do vicio do álcool, enfrentou uma separação milionária e acabou meio que saindo de cena e atuando somente em alguns pequenos filmes. Contudo, sempre há a possibilidade de uma volta por cima e Até o Último Homem é um bom exemplo desse pensamento.

Dirigido pelo astro, o filme acompanha a cruzada de Desmond T. Doss (Andrew Garfield), que decide se alistar para lutar na Segunda Guerra Mundial. Mas devido a sua religião (e de um trauma na infância), o jovem decide não usar armas durante o conflito e gerando então um verdadeiro atrito entre ele e seus superiores, principalmente com o seu sargento Howell (Vince Vaughn). Porém, quando os soldados são convocados para a Batalha de Okinawa, Doss é médico no campo de batalha e faz uma façanha jamais vista até então.

Infelizmente Gibson erra um pouco em seu primeiro ato da trama, onde ao invés de explorar melhor os motivos que levaram o protagonista a não usar armas, opta pela origem da relação de Doss com a sua esposa Dorothy Schutte (Teresa Palmer) e que acaba soando meio que artificial. Aliás, Hugo Weaving (Matrix), como ex-soldado da primeira guerra e pai do protagonista, tem um bom desempenho, que infelizmente é desperdiçado, pois seu tempo em cena é curtíssimo. Porém, todos esses deslizes a gente esquece no momento em que os soldados americanos pisam em território japonês e é ai que o cineasta faz mágica. Se em Coração Valente ele havia nos impressionado na recriação das guerras campais da Escócia contra a Inglaterra, aqui não é diferente, mas num efeito muito mais devastador: tiros, explosões, mortes, membros decepados, sangue jorrando e transformando o local num verdadeiro inferno. Tudo moldado com uma fotografia suja, montagem ligeira e uma edição de arte realista e primorosa. O segundo ato sem sombra de dúvida é movido por essa parte técnica cinematográfica, mas não se esquecendo do calor humano em meio ao horror visto na tela. Andrew Garfield, mesmo ainda que inexperiente, nos convence como um jovem que se mantém fiel no que acredita e usa de todos os meios para tentar salvar o maior número de vidas possíveis.

Claro que nos momentos finais, o filme descamba um pouco para um patriotismo americano exagerado e fazendo dos japoneses apenas figuras perigosas a serem abatidas. E apesar dos pesares, Até o Último Homem dá um novo fôlego na carreira de Mel Gibson como cineasta, mesmo quando o filme poderia ter ido muito mais longe do que se imaginava.


Trailer

Fonte: www.youtube.com

Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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