sábado, 7 de junho de 2014

Crítica: No limite do amanhã, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


É curioso observar que filmes que prestam homenagens aos jogos de vídeo games (como Detona Ralf) se saem muito melhores do que quando é lançado um filme que é baseado num jogo em si. Talvez o segredo do sucesso seja em não tentar readaptar a trama do jogo no filme, mas sim manter as mesmas regras que funcionam na atividade, como morrer (game over) e retornar desde o inicio e começar tudo de novo. Embora não seja baseado num vídeo game (mas sim em um manga de sucesso) No limite do amanhã é um verdadeiro jogo de vídeo game, onde vemos o protagonista indo, morrendo e voltando desde o principio até chegar ao final de sua missão.

Quando o inexperiente soldado Cage (Tom Cruise) é morto em combate por um alienígena, sendo que ao matar um alienígena em especial, o sangue do mesmo acaba se misturando ao do protagonista e fazendo que ele ganhe o dom de sempre retornar ao inicio do dia quando chegou à base militar contra a sua vontade. Neste momento, o cinéfilo mais atento irá perceber similaridade com o já clássico Feitiço do Tempo, mas diferente do filme estrelado por Bill Murray, aqui não há tempo para sutilezas. Cage irá sempre retornar ao mesmo dia, passar por uma terrível guerra na praia, para depois conseguir chegar até o cérebro alienígena que controla os outros e acabar com ele.

Embora violento em alguns momentos, o filme se beneficia mais pelos momentos cômicos, principalmente no inicio onde vemos Cage ainda inexperiente e tentando driblar as normas do seu superior (Bill Paxton) para poder avançar (ou fugir) da sua missão. O filme sobe num degrau maior, no momento que Cage pede ajuda a guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt), que antes possuía o mesmo dom do protagonista, mas havia perdido numa transfusão de sangue. Uma vez acreditando em Cage, Rita começa a treiná-lo, mas sempre matando ele para retornar e aprimorar melhor o seu corpo em combate, gerando momentos verdadeiramente cômicos.

A pareceria entre Tom Cruise e Emily Blunt é o grande trunfo do filme, pois durante boa parte dele, Rita é a grande heroína da trama, enquanto o personagem de Cruise vive se atrapalhando e sempre morrendo nas mãos dela ou em campo. Gradualmente, depois de muitas idas e voltas, Cage se torna mais experiente e mais próximo a Rita, mesmo que para ela o tempo seja diferente e mais curto. Na medida em que o filme avança e eles conseguindo driblar inúmeros obstáculos, os protagonistas se encaminham para o seu destino final e embalado com a ação vertiginosa.

Esse último detalhe talvez seja o maior ponto fraco do filme, já que a trama despenca para muito corre e corre, efeitos visuais muito em abundância e assim deixando de lado a essência principal da trama. Talvez se fosse dirigido por alguém que soubesse dosar os momentos de ação no momento certo, o resultado seria um pouquinho melhor. Embora tenha dirigido o primeiro filme da trilogia Bourne, Doug Liman (Sr. e Sra. Smith) ainda não encontrou o tom certo nas cenas de ação, principalmente num filme ficção em que o público exige um maior aprofundamento.

Felizmente o final da trama nos brinda com inúmeras perguntas que ficam no ar e dando-lhe um charme merecido por um filme que poderia ir ainda muito mais longe.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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