quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Terceiro episódio de ‘Pra Onde Corre o Rio’ mostra luta pela preservação de região intocada da Baía de Guanabara.




Nesta Sexta da Sociedade, 26, “Baía de Guanabara – O Último Oásis de Resistência”, terceiro episódio da série “Pra Onde Corre o Rio”, vai ao ar e revela um canto ainda preservado da baía, que abrange Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. Entrevistados esclarecem, no entanto, que embora a região ainda esteja conservada, a luta contra a degradação ambiental é grande. Breno Herrera, biólogo e ex-chefe da APA (Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, que apoia o recôncavo) revela que foi preciso se unir à população local para impor limites na construção do Comperj, Complexo Petroquímico da Petrobras, que afetaria diretamente o município de Itaboraí. “A posição do governo tem que ser autorizar, mas adequar. Estou de acordo, tem que ser essa a postura mesmo, mas não era o caso. Esse empreendimento era em absoluto negativo pra região”, relembra Breno Herrera, que na época comandava a APA.

Segundo Klinton Serra, analista ambiental e chefe substituo da APA, a região da Baía de Guanabara é carente, principalmente, de um estudo por parte das autoridades e das empresas interessadas em explorá-la. “Um dos nossos objetivos aqui não é só manter a área ambiental intocada, nós queremos manter também o modo de vida dos pescadores dessa região. Essa falta de planejamento, de uma visão que faça um zoneamento da área da Baía é um dos problemas graves. Porque os empreendimentos vão sendo impostos de acordo com os interesses econômicos e os que têm menos poder vão ficando cada vez mais imprensados em áreas menores”.

Hoje já instalado na região, o Comperj pode causar danos maiores que os prometidos na visão no Procurador da República, Lauro Coelho Jr: “Vieram os escândalos de corrupção da Petrobras, veio à crise econômica, e todas aquelas promessas do Comperj que justificariam um possível privilégio ao desenvolvimento econômico em detrimento ao meio ambiente não se realizaram. A crise e o desemprego estão assolando aquela região e os danos ambientais não foram compensados. Eu receio que toda essa crise da Petrobras implique diretamente no cumprimento das condicionantes que ela foi obrigada a implementar para diminuir esses impactos”.

Para Breno Herrera, a percepção já consolidada na sociedade de que a Baía de Guanabara não pode mais ser recuperada prejudica ainda mais a luta contra a degradação ambiental: “Uma vez que a sociedade considere a área como morta, faltará pouco para aterrar tudo, para transformar em um pátio de manobras de grandes embarcações industriais, de atividades petrolíferas e converter todo esse ambiente numa área de uso exclusivamente industrial. Uma vez deixada à natureza imune de intervenção agressiva, ela própria se recupera”.

“Pra Onde Corre o Rio” tem oito episódios – inéditos sempre as sextas, às 20h – nos quais são desvendados os grandes problemas que, há décadas, afetam a natureza do Rio de Janeiro, como a poluição da Baía de Guanabara, dos rios e lagoas; a ocupação irregular de áreas preservadas; a falta de conservação nas áreas de mata; a falta de saneamento básico e as ações de impacto das indústrias poluentes.


SEXTA DA SOCIEDADE

Baía de Guanabara - O Último Oásis de Resistência (série)

Na preparação para as Olimpíadas, o Rio de Janeiro se viu obrigado a lidar com os problemas ambientais que o assolam há décadas: poluição da Baía de Guanabara, dos rios e lagoas da cidade e de todo o estado, ocupação irregular de áreas de preservação, falta de preservação de áreas de mata, falta de saneamento básico, indústrias poluentes. Existe solução? Com a participação do biólogo Mario Moscatelli, militante ambiental incansável há mais de vinte anos, a série nos conduz por uma viagem pelas outrora maravilhosas terras e águas do Rio de Janeiro, montando um panorama da realidade ambiental e seus principais personagens, de moradores de locais críticos a agentes políticos, e o que pode ser feito para mudar o curso do Rio, que no momento parece correr o desastre.


Diretora: Paula Fiuza

Duração: 32 min.

Exibição: 26 de agosto, sexta-feira, às 20h

Classificação: Livre

Horários alternativos:

Dia 27 de agosto, sábado, à 0h e às 19h30;

Dia 29 de agosto, segunda-feira, às 2h e às 14h;


Sobre o Curta!

Dedicado às artes, cultura e humanidades, o Curta! é um canal independente que acolhe a experimentação e se orgulha de ser um parceiro dos realizadores, artistas, criadores e produtores independentes. Com o compromisso de transmitir 12 horas por dia de programação nacional independente, os principais segmentos temáticos da programação são música, dança, teatro, artes visuais, meta-cinema, filosofia, literatura, história-política e sociedade.

O Curta! pode ser visto nos canais 56 da NET, 56 na Claro TV, 76 na Oi TV, na GVT e Vivo como canal opcional à la Carte, 132 e 664, respectivamente.


Fonte: Agência Febre, através de Claudia Rodrigues e Katia Carneiro.

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