quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Crítica: ROGUE ONE – UMA HISTÓRIA STAR WARS, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Dirigido por Gareth Edwards (Jurassic World) o filme acompanha a história de Jyn Erso (Felicity Jones), que vê sua mãe sendo morta na sua frente e seu pai Galen (Mads Mikkelsen) levado pelo império galáctico e sendo forçado a construir uma incrível arma de destruição, ou seja, a Estrela da Morte. Anos se passam e Erso se torna uma rebelde fora da lei, mas logo é resgatada (a contra gosto) pela aliança rebelde, que lhe dá a missão de chegar até o guerrilheiro Saw Gerrera (Forest Whitaker), que aparentemente recebeu uma mensagem secreta enviada por Galen através do piloto Bhodi Rook (Riz Ahmed). A partir daí, a relutante heroína ganha à companhia do rebelde Cassian Andor (Diego Luna), do monge-guerreiro Chirrut Îmwe (Donnie Yen) e seu companheiro Baze Malbus (Yi-wen Jiang) e do droide K-2SO (Alan Tudyk), que foi reprogramado para ajudar aqueles que se opõem ao Império.

Embora a trama esteja inserida em uma saga vasta, cujo universo já se espalhou tanto para games, séries, gibis e livros, Rogue One é uma história que possui começo, meio, fim e não faz com que você se veja obrigado a ter que assistir aos filmes anteriores, para entender essa trama. Aliás, embora com toda a sua riqueza de informações, a trama é aparentemente simples, mas ao mesmo tempo madura e que explora situações até então inéditas dentro da franquia. É claro que sempre havia um temor em se criar uma trama isolada e sem a participação dos personagens principais da franquia. Porém, havia sempre aquela curiosidade em explorar situações das quais haviam apenas sido citadas anteriormente, como no caso das missões de outros rebeldes contra o império. Felizmente os roteiristas foram habilidosos ao criarem uma galeria de personagens onde cada um possui uma personalidade distinta e que foram muito bem exploradas. Mas, embora com inúmeros personagens interessantes, a alma do filme se encontra mesmo na personagem Jyn Erso, cuja sua personalidade forte, faz com que ela se torne relutante perante a situação na qual ela se meteu. Mesmo com a possibilidade de reencontrar com o seu pai, a sua rebeldia em não se meter na causa se torna um dos grandes charmes da trama, pois ela aos poucos vai mudando, conforme vai testemunhando os horrores que o império criou a sua volta.

Os demais personagens, se por um lado Cassian Andor é um personagem apenas “ok” com relação a sua conduta em favor da causa, o droide K-2SO acaba sendo um pequeno, porém, eficaz alivio cômico durante a trama graças ao seu humor sarcástico. O mesmo não se pode dizer do rebelde Bhodi Rook, cujo seus poucos momentos em cena não fazem com que tenhamos simpatia por ele o suficiente. Do restante do grupo, acabamos realmente nos importando mesmo com a dupla formada pelo monge-guerreiro Chirrut Îmwe e seu companheiro Baze Malbus, cuja suas teorias com relação à Força trazem a tona uma discussão sobre fé e descrença em meio ao caos. Aliás, Chirrut Îmwe é um personagem que os fãs da franquia irão guardar na memória com muito carinho, pois embora não seja um jedi, sua fé faz com que tome decisões imprevisíveis e emocionantes no decorrer da trama. Fé, aliás, era algo que quase não foi muito explorado durante a franquia, sendo que o único vislumbre disso era através das palavras do mestre Yoda lá atrás no Império Contra Ataca. Falando em personagens clássicos, alguns deles surgem no decorrer da história, mesmo que de forma rápida. Se por um lado RD2 e C3PO aparecem em poucos segundos, temos uma surpreendente participação de Darth Vader em duas cenas chaves que, aliás, a segunda é genuinamente assustadora e imprevisível.

Em relação aos efeitos visuais, alguns que forem assistir podem até dizer que a presença deles é discreta aqui, mas isso colaborou para não desvirtuar o lado retro que o filme possui e que se encaixa com o visual visto na trilogia original. Porém, toda ação e parte técnica dos efeitos se concentraram mais no grande ato final, onde os rebeldes liderados por Jyn Erso tentam dar a última cartada contra o império para então roubar os planos com relação à Estrela da Morte. Aqui, o cineasta Gareth Edwards consegue a proeza de injetar um grau de verossimilhança poucas vezes visto na franquia e fazendo a batalha, tanto no espaço como na superfície se tornarem cruas, violentas e realistas. Claro que para a maioria dos fãs que tem no mínimo algum conhecimento da história da franquia, pode até tirar uma base de como a trama termina, mas para a maioria do público ela poderá até mesmo soar trágica e imprevisível. Não tinha como ser diferente, mas ao mesmo tempo é uma prova de como os seus realizadores foram corajosos em sua proposta e dando um exemplo de como a saga pode sim ainda criar histórias originais.

Com um final que termina exatamente aonde começa Episódio IV: Uma Nova Esperança, Rogue One - Uma História Star Wars acerta em cheio ao se corresponder com a nossa realidade atual, da qual se encontra cada vez mais se afundando num fascismo de proporções mundiais, mas nos passando a lição de que nunca é tarde para redescobrirmos a esperança que há dentro de todos nós.


Trailer

Fonte: www.youtube.com

Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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