domingo, 22 de abril de 2012

A Hora do Cinema entrevista Rogério Corrêa, Diretor do longa-metragem “No Olho da Rua”.

Fonte: www.google.com.br/imagens

“A Hora do Cinema” - Rogério fale um pouco de sua trajetória, no mundo da Sétima Arte?

“Rogério” - Sou formado em cinema pela ECA-USP, fiz estágio de montagem de som na Itália em 1979, e realizei dez trabalhos entre curtas para o cinema e médias metragens para a TV. NO OLHO DA RUA é o meu primeiro longa-metragem.

“A Hora do Cinema” - Em “No Olho da Rua” você apresenta como tema principal o Desemprego, o porquê de seu interesse por tal tema?

“Rogério” - O emprego, ou o trabalho decente, é fundamental para uma sociedade mais justa. Sem emprego o homem não tem nem recursos suficientes para viver dignamente nem um projeto de vida que mantenha sua esperança. O direito ao emprego faz parte da Declaração dos Direitos Humanos e da Constituição Brasileira. Dessa forma, quando vejo que 2 milhões de pessoas estão sem emprego nas regiões metropolitanas brasileiras a pergunta que me vem é: como estas pessoas podem ter uma vida com dignidade?

“A Hora do Cinema” - Como foi receber a notícia sobre a participação de “No Olho da Rua”, no 28° Chicago Film Festival?

“Rogério” - Foi muito bom. Este Festival é muito bem recebido pela comunidade latina de Chicago, que é a terceira cidade dos EUA em importância econômica. A capital do estado de Illinois é multi étnica e valoriza muito a cultura.

“A Hora do Cinema” - Qual a sua expectativa sobre o desempenho de “No Olho da Rua”, no 28° Chicago Film Festival?

“Rogério” - O filme foi exibido 2 vezes e tive oportunidade de responder várias perguntas sobre a realidade brasileira. A diretora da Mostra de Cinema Brasileiro de Chicago, que terá lugar em novembro deste ano, se mostrou interessada em exibir o filme nesta terceira edição do evento.

“A Hora do Cinema” - O porquê da opção por “Murilo Rosa”, como o protagonista de “No Olho da Rua”?

“Rogério” - Murilo é um grande ator que ainda não tinha sido bem aproveitado no cinema. Sua atuação é muito física, visceral, e eu imaginava isto para o operário Oton.

“A Hora do Cinema” - Fale um pouco sobre seu processo de criação?

“Rogério” - Eu escrevi o argumento a partir de pesquisas de campo e de textos de estudiosos que analisam o trabalho urbano. Daí convidei o Di Moretti para escrever o roteiro. Os atores fui eu mesmo que ensaiei, durante uma semana antes das filmagens. A parte mais saborosa da ficção é trabalhar com os atores.

“A Hora do Cinema” - Em sua opinião, qual a melhor produção brasileira de todos os tempos?

“Rogério” - Eu gosto muito e me considero discípulo do Cinema Novo Brasileiro. Meu filme preferido é Terra em Transe, seguido por Deus e o Diabo na Terra do Sol, ambos de Glauber Rocha, e Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos.

“A Hora do Cinema” - Como você vê o desempenho do cinema nacional, em nível mundial?

“Rogério” - Ele tem presença nos principais festivais do mundo, mas em termos econômicos não tem importância alguma, assim como outras cinematografias como a francesa e a espanhola, pois o mercado mundial é dominado pelos filmes caça-níqueis americano.

“A Hora do Cinema” - Você curte a produção em 3D?

“Rogério” - Acho um recurso interessante, mas ainda tem que chegar ao cinema autoral para realmente valer a pena, e não ser apenas uma novidade tecnológica.

“A Hora do Cinema” - Qual a sua principal influência cinematográfica?

“Rogério” - Eu admiro muito os neo-realistas como Rosselini, De Sicca, Visconti e também os franceses da nouvelle vague, além dos cinemanovistas brasileiros.

“A Hora do Cinema” - Além do Cinema, você alimenta algum outro hobby?

“Rogério” - Viajar pelo país e conhecer outros países. O cinema tem me dado esta oportunidade; com NO OLHO DA RUA conheci Montreal, Havana e Chicago, três cidades magníficas, cada uma com suas características.

“A Hora do Cinema” - E sobre futuros projetos, você já tem algum em mente?

“Rogério” - Tenho um novo roteiro do Di Moretti, VIDA DE CACHORRO, que comecei a procurar recursos. É a história de um grupo de teatro durante a ditadura militar.

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