sábado, 25 de junho de 2016

Vetor Filmes promove reflexão sobre a memória offline em curta.


“Hospital da Memória”, do diretor paulistano Pedro Paulo de Andrade retrata o frenesi fotográfico da nova geração e reforça a tese de que a memória é a melhor fotografia


O diretor e roteirista paulistano Pedro Paulo de Andrade assina a direção e roteiro do curta-metragem de ficção “Hospital da Memória”, um curta de 18 minutos que busca entender ao frenesi fotográfico dessa nova geração “Facebook – Instagram”, ávida por consumir e compartilhar imagens ao invés de viver experiências e aproveitar momentos importantes. Seus filmes vêm carregados de uma voz autoral clara, permeada por sensibilidade e minimalismo. O curta será apresentado para o público em sessão especial no Caixa Belas Artes, no dia 1 de julho e em seguida, cumprirá agenda de festivais e mostras internacionais de cinema, ao longo do próximo ano. Após esse período será disponibilizado na internet.

A história nasceu de uma experiência pessoal do diretor. “Em 2013, um HD externo que continha o material bruto de algumas das cenas do meu curta-metragem ‘Sobre Papéis’ simplesmente parou de funcionar. Depois de algumas tentativas frustradas de fazer o aparelho voltar à vida com minhas próprias mãos, resolvi recorrer a profissionais. Acabei numa assistência técnica especializada em recuperação de dados, no centro da cidade. Lá, na sala de espera, me vi rodeado de pessoas que, como eu, estavam preocupadas, abatidas, roendo unhas.”, afirma ele. E como numa sala de espera de um hospital de verdade, todos esperavam para saber da recuperação das memórias digitais. “Esperávamos notícias, diagnósticos. Em silêncio, fazíamos promessas para o Santo Expedito. Amigos e parentes ligavam para saber como estávamos com palavras de apoio.”, reforça ele.

O roteiro foi escrito ao longo de alguns meses e o curta mistura gêneros: há comédia, drama, reflexão crítica e mistério. O filme reflete sobre a cultura digital que mudou a forma como as pessoas se relacionam. A fotografia, o registro, é mais importante que a experiência. Para o diretor nós fotografamos indiscriminadamente como forma de posse. “Assistimos o show do Paul McCartney inteiro com o celular na mão esticada por cima de nossas cabeças para garantir que aquele momento seja devidamente consumido e fique devidamente aprisionado, como posse legítima e eterna, como prova irrefutável de que estivemos lá (e o que é um selfie senão uma prova?)”, destaca Pedro Paulo.

Ao longo do filme, a reflexão é sobre as reais importâncias do registro. Não seria a melhor fotografia aquela que não é gerada por uma máquina? Não seriam nossos olhos as melhores lentes? O curta passeia pelo mundo do espirituoso, beirando por vezes a comédia, mas encontra-se por fim no universo do drama de reflexão e de identidade, brincando com ingredientes clássicos da essência e do entendimento humano.

Além da direção e roteiro de Pedro Paulo o filme conta com o roteirista Vinicius Vitti, produção da Vetor Filmes, produção executiva de Alberto Lopes, direção de fotografia de Kauê Zilli e direção de arte de Rafael Blas. O elenco é composto por Adriana Guerra, Antoniela Canto, Cris Tomiossi, Daniel Volpi, Gabriela Cerqueira, Johnnas Oliva, Lívia Camargo, Maria do Carmo Soares, Pedro Costa e Tatiana Caltabiano.


Sinopse “Hospital da Memória”

Qual é a nossa relação com o “tirar fotografias”? Com o registro? Como lidamos com a nossa própria memória – que, em sua fisiologia eletrônico-cerebral, também gera e regenera imagens? O quê, o quanto e quando “fotografamos”? O quanto perdemos? Durante uma madrugada fria, ao conhecermos melhor alguns dos pacientes do Hospital da Memória e as suas histórias, pode ser que consigamos responder melhor a essas perguntas.


Ficha Técnica – curta-metragem “Hospital da Memória”

ANO - 2016

DATA PREVISTA DE ESTREIA – JULHO 2016

DURAÇÃO: 18min.

TÍTULO em INGLÊS “Back Me Up”


Fonte: Casé Assessoria, através de Cátia Rejane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário