terça-feira, 27 de setembro de 2016

Rússia sedia dois festivais de cinema brasileiro em outubro.




Nas duas cidades, Festival será aberto por Nise - O coração da loucura, estrelado por Glória Pires; Augusto Madeira, ator do longa, estará na abertura em Moscou, dia 4


O já tradicional e esperado Festival de Cinema Brasileiro em Moscou chega este ano à 9ª edição com uma seleção representativa da produção contemporânea do país. O festival será realizado de 4 a 9 de outubro e pela primeira vez acontece na rede Karo-Okteabr, a maior da Rússia. São ao todo 10 longas, uma animação e dois documentários, uma mostra do melhor que o Brasil produziu recentemente.

O Festival é produzido e organizado pela Linhas Produções Culturais, com o apoio da Embaixada do Brasil em Moscou. Este ano será realizado também o 5º Festival de Cinema Brasileiro em São Petersburgo, com 10 longas e dois documentários, de 11 a 16 de outubro. Nas duas cidades o Festival será aberto com Nise - O coração da loucura, baseado na história real da psiquiatra brasileira Nise da Silveira, interpretada por Glória Pires.

O filme se passa na década de 40, em um hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro, quando Nise propõe nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem de esquizofrenia, eliminando métodos violentos como o eletrochoque e a lobotomia. O ator Augusto Madeira, que atua no longa, estará em Moscou na sessão de abertura.

Dirigido por Roberto Berliner, a obra venceu diversos prêmios, como melhor filme e Melhor atriz no 28º Festival de Tóquio (2016), Melhor longa de ficção pelo Júri Popular no Festival de Cinema Latino de Epernay, na França (2016) e Melhor filme e prêmio da audiência no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro (2015).

Outro grande destaque do Festival é a animação O menino e o mundo, de Ale Abreu, Melhor longa-metragem de animação e Grande Prêmio do Público no Festival de Annecy, na França (2014), considerado o mais importante do mundo no gênero, e Melhor Animação Independente (Annie Awards, EUA, 2016). O filme também foi um dos cinco indicados ao Oscar 2016 em sua categoria. A animação sem diálogos conta a vida de um garoto que mora com os pais em uma pequena casa no campo e foge para a cidade grande. Nessa aventura, o menino enfrenta as contradições do mundo moderno.

Outra atração é o longa-metragem Mais forte que o mundo, do diretor Afonso Poyart (que este ano dirigiu em Hollywood o ator Anthony Hopkins em Solace (Presságio de um Crime). O filme, lançado no Brasil em julho, foi considerado pela crítica brasileira um dos melhores já produzidos no país nos últimos anos. Trata-se de um longa de ação que retrata a vida supercampeão de MMA José Aldo, da infância pobre em Manaus à vida no Rio de Janeiro até se tornar um lutador.

Completam o Festival os filmes Em nome da Lei (drama), Big Jato (drama), Mãe só há uma (drama), De onde eu te vejo (comédia romântica), Para minha amada morta (Thriller psicológico), Real beleza (drama), Muitos homens em um só (drama/ação), Ponte Aérea (drama romântico) e os documentários Damas do Samba (sobre a participação feminina no samba brasileiro) e Sete vidas em sete cordas – A herança russa (o premiado violonista brasileiro Yamandú Costa investiga em Moscou as origens do violão de sete cordas).

“Com esta nova edição do Festival já são mais de 100 filmes que levamos à Rússia em todos esses anos. Trata-se de uma mostra muito representativa de nossa cultura, a partir de uma diversidade de gêneros e filmes premiados em todo o mundo. O melhor de tudo é não apenas mostrar a qualidade do cinema brasileiro, mas saber que ele é apreciado, e muito, também aqui na Rússia”, afirma Fernanda Bulhões, diretora da Linhas Produções Culturais e curadora do festival.

Para Igor Germano, diplomata responsável pela área cultural da Embaixada do Brasil em Moscou, o cinema brasileiro é uma das melhores maneiras para que os russos conheçam mais a cultura do país. “Ano a ano percebemos que o interesse pelo Brasil tem crescido, em todos os sentidos. O cinema também leva a outros interesses, a outras artes, como a própria música brasileira e o desejo de conhecer o país, nosso povo, nossa cultura”, diz.


Fonte: Linhas Comunicação, através de Tayane Scott, Danilo Barba e Diogo Patroni.

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