domingo, 29 de novembro de 2015

Crítica: Jogos Vorazes: A Esperança - O Final, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Atualmente o nosso país, e outros inclusive, vivem com uma política que se encontra rachada, onde oposição e esquerda brigam para ver quem arrebenta primeiro à corda. Duas semanas atrás o mundo testemunhou os piores atentados já presenciados em Paris. A pessoa comum jamais saberá a natureza real desse infeliz acontecimento, pois há muita ambição e poderes envolvidos, das quais ficamos nos perguntando onde isso começa e até aonde isso irá chegar. Portanto, é preciso tirar o chapéu pela proposta que os livros dos Jogos Vorazes nos passa, pois embora seja uma ficção, ela soa a todo o momento como uma metáfora sobre os problemas do mundo contemporâneo. Política, reality Show, golpe, traição, terrorismo e redenção são alguns dos ingredientes que moldaram essa obra literária e muitos se perguntam se os filmes seriam fieis a sua proposta. Ao término de Jogos Vorazes: A Esperança - O Final chego a conclusão que, não só foram fieis a sua proposta, como também se torna o filme mais corajoso do momento, pois toca na ferida de assuntos espinhosos do mundo atual.

O filme começa exatamente no ponto onde se encerra o filme anterior. Cada vez mais Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se dá conta que é apenas uma peça num jogo de tabuleiro e essa sensação piora ao ver Peeta (Josh Hutcherson) quase destroçado mentalmente e tentando matá-la. A presidente Coin (Julianne Moore) envia ela para a missão final, da qual é se infiltrar na mansão do presidente Snow (Donald Sutherland) e eliminá-lo. Para isso, contará com ajuda de Gale (Liam Hemsworth), Finnick (Sam Claflin), Cressida (Natalie Dormer), Pollux (Elder Henson) e até mesmo de Peeta, que ainda não se recuperou muito bem mentalmente. Quem viu o filme anterior percebeu que ação ficou bem para o segundo plano e dando mais ênfase aos preparativos para que Katniss se torne a grande salvadora da pátria daquele mundo. Já nesse último filme da saga não existe mais escapatória, independente de quem ganha ou perca, pois haverá um final para tudo e a todos. Essa sensação do inevitável é sentido durante o filme a todo o momento e o peso pela responsabilidade é sentido graças à interpretação convincente como sempre de Jennifer Lawrence.

Se a saga Jogos Vorazes no cinema tem alma tudo se deve a Lawrence, pois ela consegue passar todo o grau de peso e responsabilidade que Katniss sente a todo momento. A protagonista nunca desejou esse fardo, pois tudo começou lá no primeiro filme, ao proteger a sua irmã, mas isso acabou servindo de ponta pé inicial para um caminho sem volta. Em meio a isso, companheiros morrem em um jogo mortífero, até chegar ao alvo principal, mas algo sempre pior pode acabar vindo do céu literalmente. É por esse ponto que o filme talvez não seja fiel e corajoso, ao que nos deparamos nos livros, mas Francis Lawrence (Constantine) não nos decepciona e nos brinda da maneira que deveria ser os derradeiros momentos vistos no ato final da trama. Para aqueles que não leram os livros, aguardem para grandes surpresas vistas num determinado pátio da trama e que com certeza irá assombrar os fãs por um bom tempo.

Se há um ponto falho no filme é o fato que nesse último quiseram fortalecer o triangulo amoroso que existe desde o primeiro capítulo, mas ele sempre foi algo sem sal e que poderia ser descartado com total facilidade na trama. Se ele existe é porque é regra sagrada de Hollywood de haver romance na trama, mas não significa que seja uma regra válida para todos os filmes. Jogos Vorazes sempre se sustentou pela sua temática adulta com relação à política intolerante da trama e não por um romance açucarado descartável. Apesar dos pesares, Jogos Vorazes: A Esperança - O Final termina com um final digno, onde não há vencedores ou perdedores, mas sim apenas a sensação de dever cumprido. Um final que sintetiza a incerteza sobre o mundo contemporâneo, ao qual fazemos parte e tudo que nos resta é apenas seguirmos em frente e ver o que acontece.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário