domingo, 2 de novembro de 2014

Mostra ÁFRICA HOJE acontece de 04 a 12 de novembro no Rio de Janeiro.

*** O evento traz 16 filmes de países como África do Sul, França, Madagascar, Moçambique, Angola, Congo, Suíça, Burkina Faso, Tunísia, entre outros


****Homenagem a Nelson Mandela


De 04 a 12 de novembro, o Rio de Janeiro recebe no Instituto Moreira Salles, a Mostra “África Hoje” – que nesta edição homenageia NELSON MANDELA. Com curadoria da cineasta Luciana Hees, o evento exibirá 16 filmes, entre longas e médias metragens – a maioria inédito no circuito comercial.

Os filmes da Mostra África Hoje, além de trazer diversos registros da vida de Mandela, também oferecem um vasto panorama da produção africana contemporânea de documentários realizados por cineastas de diversos países como França, Madagascar, Portugal, Moçambique, Angola, Congo, Suíça, Burkina Faso, Tunísia e EUA.

Para Mariana Marinho, coordenadora e realizadora da Mostra, o objetivo é incluir na programação, documentários que ampliem a compreensão desse continente. “Queremos proporcionar horizontes diferentes daqueles a que estamos acostumados, tanto na linguagem, pois os filmes apresentam uma naturalidade espantosa, uma falta de pudor, no melhor sentido que a expressão pode significar, quanto nas temáticas abordadas”, observa.

Entre os títulos dessa edição, está o filme de abertura “Vou Cantar para Ti” (França / Mali / 2001) de Jacques Sarasin, inédito no Rio - que aborda de uma forma sensível à história do músico de blues Kar-Kar, original do Mali, cujo trabalho ajuda a explicar as origens desta forma de arte americana, o blues.

Outro destaque da Mostra é “Foi Melhor Amanhã” (Tunísia / 2012), de Hinde Boujemaa. O filme mostra a luta de Aida, uma mulher tunisiana que tem que reconstruir toda a sua vida, mas não quer olhar para trás. Ela gasta seu tempo se deslocando de um bairro pobre para outro. Impulsionada pela vontade de encontrar um teto para seus filhos, ela não toma conhecimento da revolução intensa que acontece no seu país.

Já entre os títulos que homenageiam Mandela está “Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação” (África do Sul / 1996), de Angus Gibson e Jo Menell. No documentário, a vida deste líder pode ser acompanhada por meio de entrevistas, com o próprio e com outras personalidades, imagens de arquivo e reportagens. Em “Contagem Regressiva” (EUA / 1994), de Danny Schechter e Rory O’Connor (1994), o foco é outro – podem-se acompanhar os bastidores das tensões políticas e os movimentos populares dos dez dias que antecederam as eleições para a presidência da África do Sul, quando Mandela elegeu-se.

O público também terá a possibilidade de ver a África do Sul pós-apartheid com os longas — “Jeppe numa Sexta” (África do Sul / Canada - 2012), de Shannon Walsh e Arya Lalloor e “Soweto em Surf” (África do Sul / 2010) de Sara Blecher. “Jeppe numa Sexta” foi filmado por oito mulheres em apenas um dia. Diferentes sul-africanos comungam este mesmo dia na cidade de Jeppestown, representando um microcosmo do que são as misturas étnicas, socioeconômicas e culturais do atual país. “Soweto em Surf”, entretanto, é um olhar profundo num único mundo - o mundo de uma geração de surfistas de trem na capital Johanesburgo, onde as tensões socioeconômicas são mais acentuadas.

Para complementar a programação a mostra traz filmes sobre outros líderes do continente africano como “Capitão Thomas Sankara” (Suíça / 2012) de Christophe Cupelin (2012), “Amílcar Cabral” (Portugal / Moçambique/ 2001) de Ana Ramos Lisboa e “Kadafi, Nosso Melhor Inimigo” (França / 2011) de Antoine Vitkine.

No Rio, a Mostra tem patrocínio da Oi e Ministério da Cultura, e apoio do IMS, Revista Piauí e Oi Futuro.


Sobre a curadora
Luciana Hees envolveu-se com o cinema documentário em 2005, quando foi convidada a desenvolver a imagem para a primeira edição do Dockanema. Em 2010, realizou o seu primeiro curta “O Salão Azul”, selecionado para o International Film Festival of Rotterdam ‐ IFFR e para o Images Festival of Toronto. No Brasil criou e ilustrou inúmeras capas de livros e ficou classificada na VI Bienal Brasileira de Design (2002), em São Paulo. Em 2010, fez sua primeira exposição individual no Centro Cultural Franco-Moçambicano. Paralelamente desenvolve também projetos pessoais em artes plásticas. Luciana vive e trabalha em Moçambique desde 2003.

Sobre a Coordenadora e realizadora
Mariana Marinho: coordenadora -geral e produtora executiva da exposição “Eu Lago Sou”, em homenagem a vida e obra de Mário Lago, realizada em 2012 no Arquivo Nacional – RJ. Coordenadora Geral e produtora executiva da exposição “Cuide de Você”, da artista plástica francesa Shopie Calle, uma das mais conceituadas artistas da atualidade, realizada no MAM / RJ, eleita a melhor exposição de 2009 pelo Jornal O Globo. Coordenadora Geral da exposição “Imagens Humanas”, exposição de fotografias de João Roberto Ripper, realizada no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília e Curitiba. Organizadora e coordenadora da Mostra “África Hoje”, 1ª mostra de documentários africanos realizada no Brasil, na Caixa Cultural Rio, São Paulo e em Porto Alegre.


*** Programação por dia da Mostra África Hoje****

Dia 04/11 – Terça-feira
20h – Vou Cantar para Ti / I´ll sing for you (76’)


Dia 05/11 – Quarta-feira
20h – Kadafi, Nosso Melhor Inimigo / Kadafi, our best enemy (95’)


Dia 06/11 – Quinta-feira
20h – Luanda, a fábrica da música (56’)
21h – Eu fabrico meu balafon / M'bi Balan Blana (52’)


Dia 07/11 – Sexta-feira
18h – Foi Melhor Amanhã / Ya Man Aach (70’)
20h – Jeppe numa Sexta / Jeppe on a Friday (87’)


Dia 08/11 – Sábado
16h - Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação / Mandela Son of Africa Father of a Nation (120’)
18h – Debate
19h30 - Amílcar Cabral (60’)

Dia 09/11 – Domingo
16h – Soweto em Surf / Surfing Soweto (74’)
18h - Rumba do Rio / Rumba River (81’)
20h - Ady Gasy / Ady Gasy (82’)

Dia 11/11 – Terça-feira
18h – Prisioneiros da Esperança / Prisoners of Hope (60’)


20h – Contagem Regressiva / Countdown to Freedom (90’)

Dia 12/11 – Quarta-feira
18h – Capitão Thomas Sankara / Captain Thomas Sankara (90’)
20h – Cameroun Autopsie of Independence / Camarões, Autopsia de uma Independência (52’)
21h - Fahrenheit 2010 (52’)

** Veja a sinopse dos 16 filmes que serão exibidos na Mostra “África Hoje” – Instituto Moreira Salles/ Rio de Janeiro ***

Camarões, Autópsia de uma Independência
Direção: Valérie Osouf e Gaëlle Le Roy. Duração: 52’. País: França / Ano: 2007

Enquanto a mídia seguia as guerras da Argélia e do Vietnã, entre 1955 e 1970, uma guerra pouco conhecida acontecia em Camarões, tentando garantir a independência daquele país da França. A guerra custou à vida de grande parte da população camaronesa e fez centenas de milhares de vítimas civis. Esta é a história da descolonização dos Camarões.

Ady Gasy
Direção: Lova Nantenaina. Duração: 82’. País: França / Madagascar / Ano: 2014

Para consertar um objeto, para cultivar a terra ou para confeccionar sapatos — as pessoas em Madagascar podem fazer muito, com quase nada... Este filme é um retrato sobre a reciclagem, a solidariedade, a liberdade e a poesia. A maneira malgaxe de vida é, acima de tudo, um sentimento de reciclagem criativa. Estas são as chaves para o estilo ady gasy!

Amílcar Cabral.
Direção: Ana Ramos Lisboa. Duração: 60’. País: Portugal / Moçambique/Ano: 2001

Amílcar Cabral nasceu na Guiné-Bissau em 1924 e foi assassinado em Conacri, capital da Guiné, em 1973. Foi líder do Movimento de Libertação da Guiné e do Cabo Verde e fundador do PAIGC (Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde). Este filme mostra Amílcar Cabral como homem, pai, político, humanista e poeta.

Luanda: a Fábrica da Música.
Direção: Kiluanje Libkierdade e Inês Gonçalves. Duração: 56’. País: Angola / Portugal / Ano: 2009

No meio de um musseque de Luanda, o DJ Buda é dono de um estúdio de gravação. Os jovens aspirantes a cantores têm aqui a oportunidade de se expressarem: ao som das batidas de Buda, os jovens gritam as suas preocupações, amores e experiências diante de um velho microfone. No fim, dançam loucamente, riem e ouvem o seu próprio trabalho com os outros habitantes do bairro. É impossível não dançar com esta nova geração.

Vou Cantar para Ti (Filme de Abertura)
Direção: Jacques Sarasin. Duração: 76’. País: França, Mali / Ano: 2001

Uma sensível abordagem do músico Kar-Kar, original do Mali, cujo trabalho ajuda a explicar as origens do blues americano.

Rumba do Rio
Direção: Jacques Sarasin. Duração: 81’. País: República Democrática do Congo / Ano: 2006

Viajando no majestoso rio Congo, o jovem órfão Antoine Kolosoy compôs suas primeiras músicas. Ao ganhar fama, "Wendo", como era conhecido, foi perseguido pela igreja e sua música proibida pelas autoridades coloniais belgas. Tornou-se boxeador profissional, mas nunca largou a guitarra. Na década de 1960, suas canções expressaram a esperança de uma nação recém-independente. A ditadura subsequente reduziu-o a um mendigo, mas, em 1997, sob um novo regime, Wendo retorna à sua música.

Jeppe numa Sexta
Jeppe on a Frida Direção: Shannon Walsh & Arya Lalloo. Duração: 87’. País: Canadá e África do Sul / Ano: 2012

Num único dia, a vida de cinco pessoas na área de Jeppestown é acompanhada pelas duas diretoras e uma equipe de cinco cineastas sul-africanos. Por intermédio das ambições, desejos e formas de viver ao longo de uma sexta-feira, o filme revela a diversidade étnica e socioeconômica que pode ser encontrada na capital da África do Sul.

Capitão Thomas Sankara
Direção: Christophe Cupelin. Duração: 90’. País: Suíça / Ano: 2012

Um retrato composto de arquivos de Thomas Sankara, presidente de Burkina Faso, de 1983 até seu assassinato, em 1987. Pronto para libertar seu país e transformar a mentalidade de seus concidadãos, contestando a ordem política do mundo e desafiando os poderes de seu tempo, Sankara se destaca como personagem político na África.

Soweto em Surf
Direção: Sara Blecher. Duração: 74’. País: África do Sul. Ano: 2009 / 2010

Em 1976, jovens do distrito de Soweto — área residencial destinada aos negros durante o apartheid, estavam lutando pela sua liberdade. Agora, no pós-apartheid, o que fazem esses jovens com a sua liberdade? Esta é a pergunta colocada constantemente neste documentário.

Fahrenheit 2010
Direção: Craig Tanner. Duração: 52’. País: África do Sul / Ano: 2009

Numa investigação intransigente Craig Tunner pergunta o que a Copa do Mundo realmente significou para os sul-africanos. O espaço publicitário foi vendido para Visa, Budweiser, Telkom e muitos outros... “Sozinha, a Fifa espera fazer $ 25 bilhões dos direitos televisivos”. Promessas foram feitas de que a população teria inúmeros benefícios. O filme revela os bastidores da Copa do Mundo.

Eu fabrico meu balafon
Direção: Julie Courel. Duração: 53’. País: Burkina Faso / Ano: 2007

O balafon é uma espécie de xilofone, um instrumento percussivo presente em vários países da África. O filme mostra a fabricação do instrumento por um mestre burkinabé, que também o sacraliza, conferindo-lhe poderes místicos que podem até curar.

Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação
Direção: Angus Gibson e Jo Mennell. Duração: 120’. País: África do Sul / Ano: 1996

Esta é uma biografia completa de Nelson Mandela. O filme aborda a infância, a família e a educação deste líder. Acompanha também a sua longa negociação pela liberdade para os vários grupos étnicos da África do Sul, incluindo as suas experiências na prisão de Robben Island.

Foi Melhor Amanhã
Direção: Hinde Boujemaa. Duração: 70’. País: Tunísia / Ano: 2012

A jornada atípica de Aida, uma mulher tunisiana, no burburinho intenso da revolução do seu país. Seu único objetivo é encontrar uma saída para a sua própria situação: a falta de um teto. Desloca-se de um bairro para outro, sem tomar conhecimento dos eventos que acontecem ao seu redor.

Kadafi, Nosso Melhor Inimigo
Direção: Antoine Vitkine. Duração: 95’. País: França / Ano: 2011

Kadafi, líder da Líbia, foi considerado o principal inimigo do Ocidente durante a década de 1980 e um dos principais responsáveis pelo terrorismo. Mais tarde, Kadafi se junta a chefes de Estado e líderes europeus e norte-americanos. O filme lança um olhar sobre quarenta anos dessas relações e é o resultado de um ano de pesquisa e filmagens nos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Espanha.

Prisioneiros da Esperança
Direção: Danny Schechter. Duração: 60’. País: África do Sul. Ano: 1995

O retorno de 1250 prisioneiros políticos à prisão de Robben Island, na África do Sul, na companhia do Presidente Nelson Mandela, em 1995. O filme documenta um momento sem precedentes da reunião deste grupo de prisioneiros nos seus antigos locais de encarceramento.

Contagem Regressiva
Direção: Danny Schechter. Duração: 97’. País: EUA e África do Sul / Ano: 1994

Cobertura dos últimos fatos antes das primeiras eleições livres para presidente, após o fim do apartheid, em Johanesburgo. O diretor acompanha os movimentos no governo e também os movimentos nas ruas até o dia em que Nelson Mandela foi eleito.


Serviço

MOSTRA ÁFRICA HOJE

Quando: 04 a 12/11

Onde: Instituto Moreira Salles / Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea - Rio de Janeiro/RJ

Tel.: (21) 3284-7400

Sessões de terça a domingo, ingressos a 8 reais, a entrada inteira, e 4 reais, a meia (os horários são variados e o número de sessões por dia também).

Lugares: 113

Classificação Indicativa: 12 anos

Programação Completa: www.mostraafricahoje.blogspot.com.br


Fonte: ATTi Comunicação e Ideias, através de Eliz Ferreira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário